A trégua que fez o Ibovespa subir no dia anterior passou e hoje (28), último pregão antes do segundo turno das eleições, o índice de ações fechou em queda de 0,09%, a 114.539,05 pontos. Na semana, que foi extremamente volátil, a bolsa desvalorizou 4,49%, mas ainda registra quase 9% de ganhos no ano.
Mineradoras e siderúrgicas puxaram as perdas do Ibovespa, com o balanço fraco da Vale (VALE3) no terceiro trimestre e a queda do minério de ferro no mercado internacional. Já varejistas e ações de consumo doméstico fecharam no campo positivo do índice.
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A temporada de balanços também influenciou nas negociações do dia, com destaque para a Suzano, que alcançou um pico de preço desde março ao informar um lucro líquido de R$ 5,45 bilhões no terceiro trimestre, revertendo o resultado negativo de um ano atrás, em desempenho acima do esperado.
As ações SUZB3 fecharam em alta de 3,75%, a R$ 55,11. Klabin (KLBN11), também do setor de papel e celulose, foi na onda e subiu 4,19% no dia, a R$ 21,89.
Vale, que decepcionou analistas e investidores em praticamente todos os indicadores relevantes, caiu 4,88%, a R$ 67,45. Em relatório, o BTG Pactual escreveu que este foi um “trimestre para se esquecer”.
Além disso, a cotação do minério de ferro acentuou as perdas na China e fechou abaixo dos US$ 80,00 na bolsa de Cingapura, menor nível desde 2020. De acordo com a Reuters, o contrato caiu mais de 50% em relação ao pico de abril, quando estava acima de US$ 160.
CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) fecharam o ranking de maiores perdas do Ibovespa no dia, com quedas de 5,74%, 4,17% e 3,65%, respectivamente.
Por outro lado, Méliuz (CASH3), Cogna (COGN3) e Americanas (AMER3) registraram os maiores ganhos, com altas de 8,33%, 5,30% e 4,84%, respectivamente.
“Os setores que tendem a se beneficiar com a troca de presidente, como o de educação e varejo, operam em sua maioria no campo positivo. A carta de Lula divulgada ontem a noite, além de pesquisas indicando a vitória dele, podem estar impactando na bolsa hoje”, diz Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT CAPITAL.
Em Wall Street o clima é outro. As bolsas sobem mais de 2% depois do bom resultado da Apple divulgado ontem após o fechamento, que compensou a decepção com a Amazon do dia anterior. Microsoft, Meta e Alphabet também subiram no embalo.
Enquanto isso, nos indicadores econômicos, os dados do PCE e gastos com consumo nos EUA mantiveram as apostas do mercado de alta dos juros pelo Federal Reserve em 0,75 ponto percentual na próxima semana, mas não alteraram as expectativas de 0,50 ponto percentual de aumento em dezembro.
Os dados divulgados hoje mostraram que os gastos dos consumidores norte-americanos aumentaram 0,6% em setembro, acima dos 0,4% projetados. Os dados de agosto ainda foram revisados para cima e mostraram que os gastos aumentaram 0,6% naquele mês, ao invés de 0,4% como informado anteriormente.
Entretanto, o crescimento dos gastos dos consumidores desacelerou para uma taxa de 1,4% ante o ritmo de 2,0% do trimestre de abril a junho. A demanda doméstica do último trimestre foi a mais branda em dois anos, de acordo com o Departamento do Comércio.
O Dow Jones subiu 2,58% no dia, a 32.861,34 pontos, o S&P 500 avançou 2,46%, a 3.901,03 pontos, e o Nasdaq ganhou 2,87%, a 11.102,45 pontos.
Também na expectativa pelo resultado eleitoral, o dólar comercial teve uma sessão volátil e fechou com queda de 0,12%, a R$ 5,3004. Na semana, a moeda norte-americana valorizou 2,96%.
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(Com Reuters)