A inflação americana medida pelo Consumer Price Index (CPI) em setembro ficou em 0,4%, muito acima das expectativas dos especialistas. A mediana das projeções indicam uma variação mensal de 0,2%, abaixo do 0,1% de agosto. Na avaliação anual, a inflação acumulada pelo CPI nos 12 meses até setembro foi de 8,2%, acima dos 8,1% esperados.
O núcleo da inflação (“core index”), que exclui os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, foi de 0,6% em setembro, muito acima das estimativas, que eram de 0,4%. O núcleo da inflação em 12 meses foi de 6,6%, acima da estimativa de 6,5%.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Sob qualquer métrica, os números seguem muito acima das metas de inflação de 2% que devem ser cumpridas pelo Fed, o banco central americano. Essa inflação acima do esperado é vista como uma indicação da ineficácia, até agora, do endurecimento da política monetária pelo Fed. Se a variação dos preços permanecer acima da expectativa e das metas de inflação, a conclusão inevitável é de uma política monetária mais dura.
Esse endurecimento adicional pode ser na intensidade, com juros mais altos. E na duração, com taxas permanecendo elevadas por mais tempo. Por isso, antes da divulgação do CPI, eram de elevados 80% as expectativas de alta de 0,75 ponto percentual nos juros na próxima reunião do Fed, agendada para novembro.
Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, tanto o índice amplo quanto o “core” subiram mais do que o esperado. Para ele, “a surpresa reforça a perspectiva de o Fed elevar o juro para além deste ano”. A Ativa projeta juros americanos subindo até o intervalo entre 4,50% e 4,75% ao ano, com as elevações se prolongando até a reunião do fim de janeiro de 2023.
A reação do mercado foi imediata. No início da manhã, os contratos futuros do índice americano S&P 500 estavam em alta de 1%. Porém, menos de 20 minutos após a divulgação da inflação, eles registravam uma queda de 2%, e a baixa nas cotações em Wall Street deverá contaminar os preços na B3.