A qualidade das carteiras de crédito definirá, novamente, os resultados dos bancos no terceiro trimestre. Essa é a conclusão de um relatório do banco de investimentos UBS sobre os bancos brasileiros. Em outro relatório, a Ativa Investimentos avalia que, após vários trimestres de resultados muito positivos, o cenário macroeconômico desafiador deverá começar a pressionar os resultados. “Com índices de cobertura se aproximando da média histórica e inadimplência subindo, os bancos devem começar a desacelerar a expansão de sua carteira de crédito enquanto aumentam as provisões”, escreveu o analista Pedro Serra.
Segundo o relatório do UBS, a qualidade do crédito dos grandes bancos brasileiros deverá seguir piorando no terceiro trimestre, embora em um ritmo menos acelerado do que no segundo trimestre. “Acreditamos que a qualidade dos ativos estará em destaque, assim como nos trimestres anteriores. A recente deterioração da qualidade dos ativos na pessoa física tem se concentrado no segmento de baixa renda. No caso das empresas, o pior cenário é nas pequenas e médias empresas. Já nas corporações maiores, a qualidade dos ativos segue abaixo dos níveis anteriores à pandemia”, escreveram os analistas Thiago Batista e Olavo Arthuzo.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Para eles, porém, a piora da qualidade do crédito será postergada para o quarto trimestre e para 2023 devido aos programas de ajuda do governo. “Os resultados do terceiro trimestre provavelmente terão uma variância maior do que o normal, com o Itaú Unibanco sendo o destaque positivo e com o Santander Brasil sendo o destaque negativo”, escreveram eles. A seguir, as avaliações sobre os principais bancos listados na B3:
Bradesco
Segundo o relatório do UBS, a qualidade dos ativos foi um problema para o Bradesco e isso deve continuar nos próximos trimestres, embora em menor escala. A expectativa do UBS é de um aumento de 0,4 ponto percentual (40 pontos-base). Segundo a Ativa, o crescimento dos empréstimos deve desacelerar e a qualidade da carteira deve piorar. “Além disso, o aumento da sinistralidade prejudicará a linha de seguros, que por sua vez, foi uma surpresa positiva no segundo trimestre”, escreveram os analistas. “Por outro lado, isso será compensado por números melhores da receita de serviços”
Itaú Unibanco
O Itaú Unibanco segue sendo a ação preferida do setor tanto para a Ativa quanto para o UBS. Para a Ativa, a margem financeira segue em linha com os bons resultados obtidos no trimestre anterior, e o spread das operações do crédito seguirá inalterado. “Para fechar, acreditamos que o banco continuará ganhando eficiência, mantendo suas despesas não bancárias em linha com as do trimestre anterior”, escreveram eles.
Banco do Brasil
Segundo a Ativa, o banco possui o maior índice de cobertura do setor e o melhor mix na carteira. A empresa projeta um crescimento “robusto” do produto bancário, impulsionado pelo crescimento da carteira e dos spreads. O banco está sendo considerado “agressivo” na concessão de empréstimos mais arriscados, mas cobrando juros mais elevados por isso. “Continuamos a acreditar que o banco possui os melhores fundamentos para as dificuldades que o setor deverá enfrentar no futuro, onde novamente deverá apresentar um crescimento anual de 64% no lucro líquido.”
>> Inscreva-se ou indique alguém para a seleção Under 30 de 2022