O banco central britânico aumentou a taxa de juros para 3% nesta quinta-feira (3), de 2,25%, o maior aumento desde 1989 em meio a alertas de um cenário “bastante desafiador” para a economia.
O Banco da Inglaterra prevê que a inflação atingirá uma máxima de 40 anos de cerca de 11% durante o trimestre atual, mas que o Reino Unido já entrou em uma recessão que pode durar dois anos – mais do que durante a crise financeira de 2008-09.
A decisão de hoje – a maior em 33 anos com exceção de uma tentativa fracassada de sustentar a libra em 1992 – ficou em linha com as expectativas dos economistas em uma pesquisa da Reuters, mas não foi unânime.
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Dois membros do Comitê de Política Monetária, Silvana Tenreyro e Swati Dhingra, votaram por aumentos menores de um 0,25 e 0,5 ponto percentual, respectivamente, já que a economia provavelmente já estava em recessão.
Mas a maioria disse que os juros teriam que subir ainda mais, embora provavelmente não tanto quanto os 5,2% que foram precificados nos mercados financeiros quando o Banco da Inglaterra finalizou suas previsões.
“Podem ser necessários novos aumentos nos juros para um retorno sustentável da inflação à meta, embora a um pico inferior ao precificado nos mercados financeiros”, disse o Banco da Inglaterra em uma orientação excepcionalmente específica.
Pouco antes da decisão desta quinta-feira, os mercados esperavam que os juros chegassem a um pico de cerca de 4,75%.
“O Comitê continua a julgar que, se as perspectivas sugerem pressões inflacionárias mais persistentes, ele responderá com força, conforme necessário”, acrescentou.
Os bancos centrais em todo o mundo ocidental estão respondendo a desafios semelhantes. A inflação disparou no último ano devido à escassez residual de mão de obra e aos gargalos na cadeia de suprimentos desde a pandemia de Covid e – no caso da Europa – um grande aumento nas contas de energia desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro.
O Banco da Inglaterra estima que a economia britânica entrou em recessão no terceiro trimestre de 2022 e que ela vai durar até meados de 2024, fazendo com que a economia se encolha 2,9%.
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