O Banco Central Europeu (BCE) continuará elevando os juros até reduzir a inflação para sua meta de médio prazo de 2%, mesmo que a economia da zona do euro esteja caminhando para a recessão, disse o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, nesta quarta-feira (23).
De Guindos não deu detalhes sobre a magnitude do próximo aumento potencial de juros em dezembro, mas disse que dependerá das próximas projeções do BCE e das leituras de inflação em novembro.
“Posso dizer que nossa abordagem será sempre a mesma, continuaremos a elevar os juros a um nível que nos permita garantir que a inflação avance para nossa definição de estabilidade de preços”, disse De Guindos em um evento financeiro em Madri.
O BCE elevou sua taxa de depósito bancário de -0,5% para 1,5% em três meses.
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De Guindos disse que a inflação permanecerá em torno dos níveis atuais de cerca de 10% nos próximos meses, acrescentando que a persistência das pressões inflacionárias não deve ser subestimada.
“É muito importante observar a evolução da inflação subjacente e possíveis efeitos de segunda ordem porque eles determinarão a resposta da política monetária”, disse De Guindos.
O vice-presidente do BCE afirmou esperar que o aumento dos preços desacelere no primeiro trimestre ou primeiro semestre do próximo ano, mas mesmo com um ambiente de inflação alta, 6% ou 7% em média, “também acreditamos que o núcleo da inflação será alto nos próximos meses”.
Ele também disse que uma desaceleração ou recessão econômica por si só não reduzirá o alto nível de inflação.
“É muito possível que no quarto trimestre e no primeiro trimestre do próximo ano tenhamos taxas de crescimento negativas”, disse De Guindos.