O atacarejo, que une características do atacado e do varejo, é relativamente novo no comércio. Surgiu na Europa nos anos 1960. Duas décadas depois, o conceito de lojas com menos variedade de produtos e preços menores chegou por aqui. Para Belmiro Gomes, CEO do Assaí Atacadista, atacarejo é mais que um estilo de vender.
“Ele permite que famílias de menor renda comprem produtos mais baratos”, diz ele. “Isso pode significar conseguir pagar a conta de luz.”
Gomes sabe o que fala. Nascido em Santo André, na Grande São Paulo, ele se mudou com a família para o Paraná aos 8 anos. O motivo foi uma doença grave que impediu seu pai de trabalhar. Para ajudar no orçamento, ele vendeu sorvetes na rua e até hoje fala orgulhoso do registro na carteira de trabalho como office boy aos 13 anos. Estudioso, formou-se em administração de empresas em Maringá (PR) e aprendeu os macetes da pouco amigável informática dos anos 1980. “Programo em seis linguagens.”
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Foi a informática que o apresentou ao comércio. Começou a trabalhar com sistemas no Atacadão em 1988. Passou por todas as áreas e, em 2004, coordenou a venda da rede. As três famílias controladoras passaram o bastão para o francês Carrefour em 2007. Gomes permaneceu na companhia até 2010, quando foi para o então pequeno e pouco conhecido Assaí.
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Belmiro chegou a uma empresa de 8 mil colaboradores e fome de crescimento. São 60 mil atualmente. A expansão segue em marcha forçada, com a separação do Grupo Pão de Açúcar em março do ano passado e a compra de 70 pontos comerciais do Extra no início de 2022.
O varejo é intensivo em mão de obra, e muitas vezes representa o primeiro emprego do colaborador. Por isso, Gomes usa boa parte do seu tempo para manter o engajamento da equipe.
“Empresas são feitas de pessoas e exemplos, e quem está na liderança tem mais visibilidade”, diz ele. “O meu papel, e o dos demais executivos, é ser modelo e exemplo para quem está na base.”
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