PEC da Transição indefinida, equipe econômica indefinida e possível nova ancoragem fiscal derrubaram o Ibovespa nesta volta de feriado. O índice fechou hoje (16) com queda de 2,58%, a 110.243,33 pontos.
Em Nova York, as bolsas também fecharam no negativo. Uma série de dados foram divulgados nesta quarta e os investidores ponderam qual será a resposta do banco central para o cenário econômico, se será forte alta dos juros ou um aumento menor que os anteriores.
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Por aqui, o líder do PT no Senado, senador Paulo Rocha, afirmou que a PEC da Transição será apresentada hoje, às 18h. No entanto, o texto será apresentado sem valores estimados de quanto dinheiro ficará fora do teto de gastos e sem prazo de duração da proposta.
Ou seja, as informações cruciais ficarão de fora e os receios dos agentes financeiros voltaram a crescer. O silêncio sobre a equipe econômica do novo governo também adicionou desconforto à situação.
Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG Investimentos, afirma que “o mercado seguirá extremamente sensível a este tema” até que se tenha uma resposta para as perguntas.
A insegurança dos investidores aumentou a curva de juros no dia, o que impactou o desempenho das empresas no Ibovespa. Em dia de queda generalizada, com apenas 7 ações fechando no positivo, as mais prejudicadas foram as varejistas e as ações de crescimento.
Americanas (AMER3) caiu 9,81%, Locaweb (LWSA3) perdeu 8,10%, Magazine Luiza (MGLU3) recuou 8,01%.
Também figurou no ranking de maiores perdas do Ibovespa as ações da Localiza (RENT3), depois que a empresa divulgou seus resultados do terceiro trimestre. Os números vieram abaixo das projeções, com o lucro líquido ajustado em R$ 682 milhões, enquanto a expectativa era de R$ 758,2 milhões.
O valor inclui os números da Unidas e mesmo assim é 27,6% menor do que a soma do registrado por ambas as companhias no mesmo período do ano passado. Hoje, as ações perderam 7,34%.
No campo de altas, o maior destaque é a Embraer (EMBR3), que disparou 9,94% neste dia de aversão a risco. A companhia obteve crédito de R$ 2,2 bilhões do BNDES na semana passada para exportar e produzir aviões.
Outro destaque foi a Suzano (SUZB3), que subiu no embalo da alta do dólar e fechou com 1,49% de ganhos.
Lá fora, o clima também não foi dos mais favoráveis. O Departamento do Comércio divulgou que os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em setembro, em 0,6%, enquanto a expectativa era de 0,4%.
Em paralelo, as vendas no varejo em outubro subiram 1,3% nos EUA, ante projeção de 1,2%. Os dados indicam um mercado fortalecido, o que pode dar gás para o Federal Reserve manter a posição mais agressiva na alta dos juros em dezembro.
Essa perspectiva fez as bolsas fecharem no campo negativo. O Dow Jones caiu 0,12%, a 33.553 pontos, o S&P 500 perdeu 0,82%, a 3.959 pontos, enquanto o Nasdaq recuou 1,54%, a 11.183 pontos.
O dólar comercial terminou o dia com alta de 1,55%, a R$ 5,3817.
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(Com Reuters)