O Brasil é conhecido como “o país do futebol”. O período da Copa do Mundo é acompanhado de grandes celebrações no país. Muitas empresas até paralisam suas atividades durante os jogos da seleção brasileira para ninguém perder um único lance.
Neste ano, a Copa terá um gosto diferente para os brasileiros. Será a primeira vez em que os jogos acontecerão entre novembro e dezembro, meses de calor no país e próximos do verão e do Natal. Além disso, será a primeira grande festa nacional após o início da pandemia.
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Com uma repercussão tão grande, a Copa do Mundo impacta os fundamentos ou resultados de uma empresa? Companhias de alimentos e bebidas como a Ambev, por exemplo, podem ser afetadas? E vendedores de eletrônicos como o Magazine Luiza?
O Bank of America (BofA) listou oito afirmações sobre o impacto dos jogos na Bolsa brasileira e os classificou como mitos ou verdades. Confira abaixo:
1. O volume negociado na Bolsa cai durante a Copa do Mundo: VERDADE
Nas últimas cinco competições o volume de negócios na bolsa brasileira foi 17 % menor, em média, durante a Copa do Mundo, em comparação com o volume médio dos três meses anteriores aos jogos. O volume é ainda menor nos dias em que a seleção brasileira joga: 36 % abaixo da média dos três meses pré-Copa do Mundo.
“Não esperamos que a queda no volume de negócios durante a Copa do Mundo seja significativa para os resultados da B3, nem deve impulsionar o desempenho geral do mercado”, destaca o BofA.
2. O Brasil pára para assistir os jogos da seleção: VERDADE
Muitas empresas paralisam suas atividades temporariamente durante os jogos da seleção brasileira. De acordo com o banco, o consumo de energia diminuiu cerca de 20% em relação aos dias normais da semana durante os jogos do Brasil nas duas últimas edições da Copa do Mundo.
Porém, em termos de impacto, os analistas não identificam mudanças substanciais. “O impacto tende a ser limitado, pois uma partida normal de futebol dura no máximo duas horas. Ou seja, 0,02% das horas durante um ano, ou 0,16% assumindo todas as sete partidas possíveis até a final dos jogos”, diz o relatório.
3. O evento ajudará nas vendas de cerveja do 4º trimestre da Ambev: VERDADE
De acordo com os analistas do BofA, é esperado que as vendas de cerveja da Ambev realmente aumentem no quarto trimestre, mas eles não acreditam que a Copa seja um divisor de águas. “Os volumes devem ser sólidos, em parte porque os jogos serão disputados durante o verão no Brasil pela primeira vez, a maioria das partidas ocorrerá às 16h00 e os consumidores devem lotar os bares”, afirmam os analistas.
No entanto, os analistas apontam que a empresa provavelmente verá as despesas aumentarem um pouco devido aos custos de marketing e maior uso de latas, que são mais caras para produzir do que garrafas. “Dessa forma, acreditamos que as vendas adicionais terão um efeito marginal, com contribuição limitada para a lucratividade.”
4. A Copa do Mundo é ótima para grandes vendas e consumo de eletrônicos: MITO
Segundo o BofA, os televisores de tela plana tendem a ser itens de baixa margem de lucro, de modo que a maior parte da lucratividade vem do financiamento ao consumidor e das garantias estendidas. Por isso, não é esperado um impacto no lucro das varejistas.
Além disso, “espera-se também que os horários dos jogos reduzam o tráfego de pessoas nas lojas, mitigando qualquer aumento das grandes vendas para varejistas de eletrônicos”, diz o relatório.
5. Os consumidores ficam em casa: VERDADE
“Embora os shoppings do Brasil sejam uma fonte importante de entretenimento, eles não podem competir com as partidas da Copa do Mundo.”
O banco espera uma redução considerável no tráfego de clientes, mesmo em shoppings abertos. As administradoras reportaram em anos anteriores uma redução histórica das vendas em dias de jogos, de até 50% dependendo dos times e horários dos jogos.
Segundo o Bofa, esta tendência estende- se às construtoras. “Os clientes muitas vezes adiam suas compras, já que as casas são (geralmente) compras planejadas. Portanto, vemos um impacto geral limitado em shoppings e construtoras”, afirmam em relatório.
6. Consumo de caixas são maiores em anos de Copa: VERDADE
As remessas de caixas são 12% maiores, em média, durante os anos de Copa do Mundo, em comparação com os três anos anteriores. A demanda tende a ser impulsionada por vendas mais fortes de produtos como camisas da seleção, bolas de futebol, TVs, alimentos e cerveja.
7. As vendas de serviços de TV por assinatura e internet aumentam: MITO
“Embora possa haver um aumento marginal nas vendas de pacotes, não esperamos que isso tenha um impacto significativo nas receitas, especialmente porque os consumidores podem se beneficiar de ofertas de pay-per-view pontuais”, diz o relatório.
Além disso, muitos eventos esportivos são transmitidos em serviços de streaming, o que pode se adequar melhor à demanda do consumidor.
8. Os procedimentos eletivos de hospitais caem significativamente: MITO
Não há evidências disso, segundo o BofA. Os analistas do banco verificaram dados da Fleury entre os anos 2010 a 2018 e a diferença em anos de Copa foi muito limitada. “Embora esperemos uma redução temporária em alguns procedimentos específicos, não vemos impacto relevante nos fundamentos da empresa”, afirmam em relatório.
Os jogos da Copa do Mundo começarão em 20 de novembro e vão até 17 de dezembro. O primeiro jogo do Brasil está marcado para 24 de novembro. A seleção irá jogar contra a Sérvia, às 16h00 (horário de Brasília).
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