Os preços de combustíveis voltaram a subir e somaram-se à pressão de alimentos para levar o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) a acelerar a alta em novembro, marcando o maior ritmo de avanço em cinco meses.
O avanço do IPCA-15 passou a 0,53% em novembro, depois de alta de 0,16% no mês anterior, de acordo com os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quinta-feira (24).
Essa é a taxa mensal mais elevada desde junho, quando o IPCA-15 avançou 0,69%.
Apesar da aceleração, o índice considerado prévia da inflação oficial registrou nos 12 meses até novembro alta de 6,17%, de 6,85% em outubro.
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As expectativas em pesquisa da Reuters para o IPCA-15 de novembro eram de avanço de 0,56% na base mensal e de 6,21% em 12 meses.
A inflação retoma a trajetória de alta neste fim de ano depois de ter chegado a apresentar deflação graças a medidas do governo e à queda nos custos de combustíveis.
Composição do IPCA-15
Em novembro os maiores impactos no IPCA-15 vieram das altas de 0,54% dos custos de alimentação e bebidas e de 0,91% de saúde e cuidados pessoais.
No caso de alimentação, o resultado foi influenciado pelo avanço de 0,60% nos alimentos para consumo no domicílio, com tomate (17,79%), cebola (13,79%) e batata-inglesa (8,99%) em destaque.
O aumento de 0,49% nos custos de transportes, após queda de 0,64% em outubro, também ajudou a pressionar o resultado do IPCA-15.
Os combustíveis voltaram a subir depois de cinco meses consecutivos de quedas, com alta de 2,04%, mostrando que os efeitos da redução da alíquota de ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações se dissiparam.
Em novembro a gasolina subiu 1,67%, depois de recuar 5,92% no mês anterior, exercendo o maior impacto individual no índice do mês. Os preços do etanol e do óleo diesel também avançaram, respectivamente, 6,16% e 0,12%.
Para combater a inflação, o Banco Central (BC) elevou a taxa de juros para os atuais 13,75%, nível em que deve encerrar o ano. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou recentemente que a inflação mostra sinais “incipientes” de melhora, mas reforçou que é cedo para comemorar e que o país precisa persistir no combate à inflação.
Pesquisa Focus realizada pelo BC com uma centena de economistas mostra que a expectativa do mercado é de que a inflação encerre este ano a 5,88%.