A Itaú Unibanco anunciou nesta quinta-feira que passará a oferecer serviço de custódia de criptoativos, em um momento no qual a turbulência global nesse mercado tem ampliado pedidos para o Brasil apressar a regulação do setor.
O serviço começará no segundo trimestre de 2023, inicialmente para ativos digitais do próprio Itaú e, depois, para clientes corporativos e institucionais, disse à Reuters o diretor de Mesas e Produtos do Itaú Unibanco, Eric Altafim.
O anúncio ocorre quatro meses após o maior banco da América Latina ter lançado a Itaú Digital Assets, unidade que transforma ativos em tokens, de olho principalmente na digitalização de papéis como debêntures e fundos de recebíveis no Brasil.
“Nos próximos três anos, o mercado de capitais no Brasil vai ter uma forte transformação nessa direção”, disse Altafim, referindo-se à expectativa de rápida adesão de agentes do mercado pela tokenização de valores mobiliários, dado o potencial de redução de custos e simplificação de operações.
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Nesse sentido, o Itaú planeja também fazer assessoria para emissores de ativos digitalizados, além de fazer a própria emissão deles.
A ofensiva do Itaú vem no momento em que o colapso da corretora de criptomoedas FTX, uma das maiores do mercado global, tem aumentado o apelo para que a Câmara dos Deputados vote um Projeto de Lei para supervisão do setor no Brasil, um dos 10 maiores mercados de moedas digitais no mundo.
O PL já foi aprovado pelo Senado mais cedo neste ano e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tem dito que a Casa pode votar o texto ainda neste ano.
De olho na iminente aprovação final da lei, o Itaú já faz planos para expandir seu serviço de custódia de criptoativos inclusive para clientes de fora do país.
“Há muitos clientes nos perguntando, inclusive estrangeiros”, disse Altafim.
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