O BCE (Banco Central Europeu) proibiu suas principais autoridades de selecionar ações e títulos individuais ou realizar negócios de curto prazo, após uma série de escândalos no Federal Reserve e reações negativas na Europa.
Os definidores de juros e supervisores bancários do BCE não poderão mais investir em ações ou títulos individuais, mas apenas em fundos “amplamente diversificados” e terão que manter esses investimentos por pelo menos um ano, a partir de um mês antes.
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A Reuters foi a primeira a informar no ano passado que 13 dos 25 membros do Conselho de Administração do BCE selecionaram seus próprios fundos, ações e títulos – em alguns casos, incluindo dívida do governo que o BCE está acumulando sob seus programas de estímulo ou ações de empresas cuja dívida o banco central compra.
Como o BCE tem o poder de influenciar os mercados financeiros, como fez na quinta-feira (15) ao sinalizar sua intenção de elevar os juros mais do que o esperado, isso desencadeou uma reação de parlamentares, acadêmicos e ativistas pró-transparência.
Algumas de suas sugestões foram incorporadas pelo BCE em seu novo Código de Conduta, que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2023.
Entre outras mudanças, autoridades do BCE precisarão notificar o Comitê de Ética do BCE 30 dias antes de fazer qualquer transação de valor superior a 50 mil euros.
Os responsáveis do BCE sujeitos às novas regras terão também de divulgar todos os investimentos realizados no último ano civil, sendo a informação publicada anualmente no site do banco.
Seus cônjuges e filhos menores de idade também deverão relatar qualquer transação de valor superior a 10 mil euros ao BCE, mas essas informações não serão levadas a público.
O Fed foi abalado por uma série de controvérsias ao longo do ano passado, que resultaram na renúncia antecipada de três autoridades, incluindo o então vice-chair, Richard Clarida.