O bilionário vice-presidente executivo do Alibaba, o taiwanês-canadense Joe Tsai, planeja vender uma participação de 8% da varejista online chinesa que ele cofundou, de acordo com um documento recente da Securities and Exchange Commission, enquanto ventos contrários vindos de Pequim e Washington pairam sobre o Alibaba.
Tsai selecionou o Morgan Stanley para executar a venda de três milhões de suas ações do Alibaba listadas na Bolsa de Valores de Nova York, de acordo com informações da Bloomberg e que foram fornecidas à Forbes pelo Washington Service, um provedor de informações privilegiadas.
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Tsai sacará cerca de US$ 263 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão na cotação atual) antes dos impostos, com base no preço das ações de US$ 87,55 do Alibaba ao meio-dia de sexta-feira.
A Forbes estima que a participação de Tsai no Alibaba estava na casa de US$ 2,1 bilhões (R$ 11,1 bilhões) antes desta venda, compreendendo cerca de um quarto de seu patrimônio líquido. O Morgan Stanley se recusou a comentar o assunto, enquanto o Alibaba e o capital da Blue Pool não responderam imediatamente à demanda da Forbes.
Tsai, mais conhecido nos EUA como o dono do Brooklyn Nets da NBA, tem uma fortuna de US$ 8,3 bilhões (R$ 44 bilhões), de acordo com nossos cálculos mais recentes. Recentemente, a Forbes avaliou os Nets em US$ 3,5 bilhões (R$ 18,6 bilhões), muito além dos US$ 2,35 bilhões (R$ 12,5 bilhões) pelos quais ele comprou a equipe em 2019.
O que é o Alibaba hoje
Pioneiro global em comércio eletrônico, a oferta pública inicial de US$ 25 bilhões (R$ 132,7 bilhões) do Alibaba em 2014 foi a maior estreia da história na época.
A capitalização de mercado do Alibaba subiu para US$ 821 bilhões (R$ 4,356 trilhões) no final de 2020, mas as ações da empresa caíram mais de 70%, já que o governo chinês atacou o Alibaba com legislação antitruste e uma multa de US$ 2,9 bilhões (R$ 15,4 bilhões).
E as dores de cabeça políticas nos EUA e na China continuaram a assediar o Alibaba, com as ações da empresa caindo 13%, um dia depois que o presidente chinês Xi Jinping garantiu um acordo histórico sem precedentes.
Junte-se a isso, uma briga sem tréguas entre os reguladores chineses e americanos sobre as práticas de auditoria das empresas chinesas listadas em Nova York, o que levou várias delas a ameaçar sair das bolsas americanas no início deste ano.