As ações da Carvana despencaram 41% na última quarta-feira (7), indo para US$ 3,95 (R$ 20,57). A queda representa 99% de desvalorização quando comparado com o seu recorde histórico de US$ 370 (R$ 1.927) há apenas 16 meses. O movimento é a mais recente indicação drástica de investidores abandonando ativos que dispararam durante os primeiros dias da pandemia.
A desvalorização ocorre após a Wedbush rebaixar sua meta de preço para US$ 1 (R$ 5,20). A Bloomberg e a CNBC relataram que os maiores credores da empresa entraram em um acordo para agir em conjunto, visto pelo mercado como um sinal de aumento do risco de falência para a Carvana.
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As ações da empresa de loja online de carros usados – fundada há uma década – dispararam em meio a um aumento na demanda por veículos seminovos e serviços domésticos, subindo mais de 300% de março de 2020 a agosto de 2021. Porém, a queda nas vendas e os prejuízos afetaram as cotações. Há temores no mercado de que a companhia “fique sem dinheiro” até o fim do ano que vem, escreveu o analista do Bank of America Nat Schindler.
Vale lembrar que Ernest Garcia II, o maior acionista da Carvana e pai bilionário do CEO da empresa, comprou US$ 408 milhões (R$ 2,16 bilhões) em ações em abril, pagando a US$ 80 (R$ 423) cada. Essa participação agora vale cerca de US$ 20 milhões (R$ 106 milhões).
“Queridinhas” da pandemia
Uma das “queridinhas da pandemia”, empresas cujos papéis dispararam à medida que os investidores se buscaram setores bem posicionados para lucrar, a Carvana está longe de ser a única ação desse tipo a afundar recentemente, depois de atingir máximas históricas em 2020 ou 2021.
As ações da empresa de comunicação por vídeo Zoom, por exemplo, caíram 88% em relação ao pico. No mesmo movimento, as ações da empresa de fitness doméstica Peloton caíram 93% em relação ao pico, enquanto as ações da plataforma de investimento de varejo Robinhood caíram 87%. O provedor de streaming Roku caiu 89%.
O ano de 2022 foi sombrio para quase todos os setores, à medida que os investidores buscam ativos mais seguros devido aos crescentes temores de recessão. Ao cair 18%, o índice americano S&P 500 pode registrar seu pior desempenho anual desde 2008, quando ocorreu a crise do subprime americano.
Incluídas neste “banho de sangue”, estão as “ações meme” AMC e Gamestop. Ambas subiram 1.000% em 2021 antes de caírem 77% e 41% este ano, respectivamente.
As criptomoedas também despencaram em 2022 após uma alta maciça nos dois anos anteriores, com o bitcoin (BTC) caindo 65% no acumulado do ano para menos de US$ 17 mil (R$ 89,9 mil), seu nível mais baixo desde o fim de 2020.