O Federal Reserve (banco central norte-americano) abrandou sua campanha de aperto monetário mais agressivo em três décadas, elevando as taxas de juros em 0,50 ponto percentual (depois de quatro aumentos consecutivos de 0,75 ponto percentual), para a faixa entre 4.25% e 4,50%.
No entanto, o banco deixou a porta aberta para aumentos adicionais no próximo ano, após sinais abundantes de que a economia dos Estados Unidos está desacelerando o suficiente para ajudar a esfriar a inflação alta do país.
Na conclusão da reunião de dois dias hoje (14), o Comitê Federal de Mercados Abertos (FOMC, na sigla em inglês) disse que aumentaria a taxa de juros em 50 pontos básicos para uma meta de 4,25% a 4,5% – o nível mais alto desde o início de 2008.
No anúncio, as autoridades disseram que os aumentos em andamento “serão apropriados” para ajudar a reduzir a inflação ao nível da meta do Fed.
Em um e-mail, o fundador da Vital Knowledge, Adam Crisafulli, chamou o anúncio de “mais hawkish (postura de restrição com aumento dos juros) do que o esperado e com potencial negativo para as ações”, apontando que o Fed agora projeta que as taxas subam para 5,1% no próximo ano (mais do que os 4,8% esperados anteriormente).
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Embora tenham subido pela manhã nesta quarta-feira, as ações caíram imediatamente após o anúncio do Fed, com o S&P 500 perdendo 0,5% às 14h15 (horário local dos EUA).
A decisão vem depois que os dados divulgados ontem (13) mostraram que a inflação cresceu no ritmo mais lento desde dezembro do ano passado, subindo 7,1% na comparação anual, apesar de os economistas esperarem uma leitura de 7,3%.
O relatório foi “inequivocamente uma boa notícia” para os consumidores e para o Fed, escreveram analistas do Bank of America (BofA) em uma nota de hoje, mas alertaram que “o trabalho árduo de trazer a inflação de volta para [a meta histórica do Fed] 2% ainda está por vir”, como o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou antes.
Após o relatório de inflação ontem, economistas do Goldman Sachs disseram esperar que o Fed modere novamente sua política em sua próxima reunião em janeiro, elevando as taxas em 0,25 ponto percentual.
O Fed começou a elevar os juros quando a inflação atingiu a maior alta em 40 anos em março, mas as expectativas para o ritmo e a intensidade dos novos aumentos dos juros se tornaram mais agressivas em meio a aumentos constantes de preços e críticas de que o banco central esperou muito para iniciar as altas.
Os aumentos dos juros, que trabalham para desacelerar a inflação ao moderar a demanda do consumidor, já afetaram os mercados imobiliário e de ações: o S&P caiu 16% este ano e as vendas de casas usadas despencaram 24%.