O Ibovespa encerrou a terça-feira com uma leve queda de 0,13% a 108.591 pontos, em nova baixa. O principal indicador do mercado acionário brasileiro tem tido uma enorme dificuldade em sustentar o nível de 109 mil pontos, que parece ser o patamar de fechamento do ano. Já a moeda americana ganhou valor em relação ao real. O dólar fechou a R$ 5,29, alta de 1,52% em relação à véspera.
O comportamento do mercado americano não apresentou tendência definida. O índice Dow Jones Industrial subiu 0,1% a 33.241 pontos, ao passo que o índice S&P 500 caiu 0,4%, fechando a 3.829 pontos. O índice Nasdaq, que tem mais participação de ações do setor de tecnologia, caiu mais e fechou a 10.353 pontos, baixa de 1,4%.
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Ativos reais também subiram. Em Nova York, o barril de petróleo do tipo WTI, referência para o mercado americano, fechou em alta de 0,3% a US$ 79,79, e a onça do ouro (31,1 gramas) fechou a US$ 1.822, alta de 0,96%.
Faltando apenas três pregões para o fim de 2022, tanto investidores quanto profissionais de mercado estão arredios. Quem conseguiu, apesar da baixa, obter bons resultados no mercado não quer colocar isso em risco faltando poucos dias para o fim de 2022. E quem ficou no vermelho já se conformou com as perdas, e pretende esperar 2023 para reiniciar os trabalhos.
O que vem animando um pouco o mercado são as perspectivas de reabertura da economia na China. O governo de Pequim vem sinalizando um retorno das atividades ao normal, o que anima os investidores devido à possibilidade que isso dê um novo ânimo à economia chinesa, apesar de os riscos de um recrudescimento da pandemia serem elevados.
A Covid-19 surgiu em Wuhan, há exatos três anos. Desde então, o governo chinês vinha sendo implacável em suas medidas de restrição à mobilidade, exatamente para evitar um número astronômico de vítimas.
Há cerca de dois meses, porém, temerosas do desaquecimento econômico e (em muito menor escala) dos protestos, as autoridades relaxaram as regras. Foi o suficiente para fazer disparar as atividades fora de casa. Com razão: em alguns condomínios, as pessoas passaram os últimos três anos em uma situação parecida com a prisão domiciliar.
As consequências não poderiam ser diferentes: uma disparada dos casos de Covid-19, com aumento do número de internações e de vítimas fatais. A triste realidade é que a pandemia não acabou. E, na avaliação dos especialistas, o coronavírus terá pontos em comum com o vírus da gripe. Ele estará por aí de maneira mais ou menos contínua.
E como será esse mundo com coronavírus? Dependente de vacinação em massa, para reforço das coberturas imunológicas, e sujeito a movimentos pontuais e periódicos de restrição à mobilidade, apesar de essas medidas estarem sujeitas à aprovação dos políticos.