Países da América Latina e do Caribe pediram ontem (24) mais financiamento internacional na região após crises econômicas e climáticas, numa declaração final após cúpula realizada na capital argentina, Buenos Aires.
“Enfatizamos a necessidade de instituições financeiras regionais internacionais, como os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento, melhorarem os instrumentos de crédito através de mecanismos limpos, justos, transparentes e acessíveis”, disse o documento.
A “Declaração de Buenos Aires” na sétima Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), com 111 pontos, descreveu como os efeitos da Covid-19, as mudanças climáticas e a guerra na Ucrânia afetaram toda a região.
“Expressamos nossa preocupação de que vários países emergiram da pandemia com níveis mais altos de dívida pública”, disse.
A declaração também enfatizou a importância da democracia em toda a região, expressou apoio às negociações entre o governo venezuelano e sua oposição, e exigiu que os Estados Unidos levantem seu bloqueio a Cuba.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, enviou uma mensagem gravada dizendo que havia optado por não comparecer devido a “conspirações permanentes, ameaça permanente, emboscadas calculadas”
A presença do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula marcou sua primeira viagem ao exterior desde que tomou posse em 1º de janeiro, bem como o retorno do Brasil à Celac depois que o governo de Jair Bolsonaro deixou a comunidade.
O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, foi uma voz dissidente, apelando aos líderes para que não tivessem uma visão unilateral de acordo com sua ideologia, e dizendo que “há países aqui que não respeitam nem a democracia, nem as instituições, nem os direitos humanos”
Ele não identificou nenhuma nação pelo nome.