A Americanas, no centro de um dos maiores escândalos corporativos da história do país, deixou de pagar na véspera juros remuneratórios da 17ª emissão de debêntures da companhia, conforme informação publicada hoje (17) pela empresa em resposta aos questionamentos da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
“Conforme escritura da 17ª emissão de debêntures, em sua cláusula 4.2.2, consta a previsão de pagamento de juros remuneratórios nesta data (16/01/2023), o qual não foi liquidado, tornando o ativo inadimplente”, afirma a comunicação recebida pela Americanas.
A companhia respondeu citando que a decisão da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro permite que a empresa dê calote no título.
“Tendo em vista o disposto na decisão proferida pelo Juízo da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, encontra-se suspensa a exigibilidade dos juros remuneratórios”, afirmou a Americanas à CVM.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
A Americanas obteve na sexta-feira (13) uma importante decisão da Justiça protegendo-a por 30 dias contra o vencimento antecipado de dívidas, prazo que a varejista poderá usar para forçar um acordo com credores ou pedir recuperação judicial.
O BTG Pactual, um dos principais credores da companhia, recorreu no final de semana contra a decisão da 4ª vara da Justiça do Rio de Janeiro, argumentando que a liminar determina ilegalmente o estorno de um pagamento feito pela Americanas ao BTG.
As debêntures da 17ª emissão envolvem uma dívida de US$ 2 bilhões, com recursos para reforço do caixa da companhia e para fazer frente às dívidas com vencimento em 2022 e 2023, conforme ata de reunião do conselho de administração da Americanas publicada em junho do ano passado.