Sam Bankman-Fried se declarou inocente das acusações de ter enganado investidores em sua agora falida exchange de criptomoedas FTX, em audiência realizada hoje (3) em Nova York.
Bankman-Fried é acusado de desviar bilhões de dólares de clientes da FTX para apoiar seu outro negócio, a Alameda Research, comprar imóveis e financiar campanhas políticas, no que os promotores chamaram de uma fraude de proporções épicas.
O réu, que já esteve na lista de bilionários mais jovens do mundo da Forbes, apresentou sua defesa para oito acusações criminais, incluindo fraude eletrônica e conspiração para cometer lavagem de dinheiro, perante o juiz distrital dos EUA Lewis Kaplan no tribunal federal de Manhattan.
Bankman-Fried pode pegar até 115 anos de prisão se for condenado. É comum que os réus se declarem inicialmente inocentes em julgamentos. A declaração pode ser alterada com o passar do processo.
O ex-CEO da FTX entrou no tribunal vestindo um terno azul, camisa branca e gravata azul pontilhada e carregando uma mochila.
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A promotora federal Danielle Sassoon disse ao juiz que promotores e advogados de defesa discutiram uma possível data de julgamento em setembro ou outubro. Segundo ela, um julgamento pode durar até quatro semanas.
Colapso da FTX e queda de Bankman-Fried
A FTX, que estava entre as maiores exchanges de criptomoedas do mundo, entrou com pedido de proteção contra falência em 11 de novembro de 2022, em um dos maiores colapsos da indústria de criptomoedas depois que traders retiraram US$ 6 bilhões da plataforma em três dias.
Os saques aconteceram depois que o CEO da exchange rival Binance, Changpeng Zhao, anunciou que iria se desfazer da sua posição na FTT, moeda da FTX, por causa de “revelações recentes que vieram à tona”.
Isso exacerbou as preocupações do mercado sobre a saúde financeira da FTX e nos dias seguintes surgiram informações sobre como o Bankman-Fried usava depósitos dos clientes da FTX para apoiar a Alameda Research, comprar imóveis e financiar políticos.
Bankman-Fried renunciou ao cargo de diretor executivo da FTX e no mesmo dia a empresa entrou com pedido de falência. O ex-CEO foi extraditado no mês passado das Bahamas, onde morava e onde era a sede da FTX.
Desde sua libertação sob fiança de US$ 250 milhões em 22 de dezembro, Bankman-Fried foi submetido a monitoramento eletrônico e obrigado a morar com seus pais, Joseph Bankman e Bárbara Fried, ambos professores da Escola de Direito de Stanford, na Califórnia.
O caso da acusação foi fortalecido pelas confissões de culpa de dois dos associados mais próximos de Bankman-Fried, no mês passado.
Caroline Ellison, que era diretora executiva da Alameda, e Gary Wang, ex-diretor de tecnologia da FTX, se declararam culpados de sete e quatro acusações criminais, respectivamente, e concordaram em cooperar com os promotores.
(com Reuters)