O dólar à vista fechou em leve queda ante o real nesta quinta-feira, sua quarta baixa consecutiva, tendo rondado à estabilidade durante a maior parte do pregão, marcado pela divulgação de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos acima do esperado.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,13%, a 5,074 reais na venda. O índice caiu 0,42% (5,0593) na menor cotação do dia e avançou 0,79% (5,1210) na máxima.
A economia dos EUA mostrou expansão a uma taxa anualizada de 2,9% no quarto trimestre de 2022, disse o Departamento de Comércio em sua primeira estimativa hoje (26), ante previsão de economistas consultados pela Reuters de 2,6%.
“O principal vetor para o crescimento do PIB veio do aumento de estoques, graças à normalização das cadeias de suprimentos no mundo, mas isso não deve perdurar no médio prazo dado a demanda ainda pressionada”, disse à Reuters a economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto. “Ou seja, os EUA estão crescendo, afastando o temor de recessão, mas ainda não por bons motivos”, acrescentou ela.
O dado era muito aguardado também porque vem a poucos dias da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), na qual o mercado espera amplamente uma nova redução no ritmo de alta dos juros, com elevação de 0,25 ponto percentual na taxa.
O Departamento do Trabalho dos EUA ainda divulgou nesta quinta-feira dado de pedidos de auxílio-desemprego menor do que o esperado no mercado.
“Acredito que nada mude na visão do Fed por ora”, afirmou Pasianotto, após a divulgação dos indicadores.
Na sexta-feira, a agenda traz o dado de inflação PCE nos EUA, o índice de preços preferido do Fed para sua análise de política monetária.
O dólar avançava cerca de 0,30% contra uma cesta de moedas fortes, ainda que longe das máximas da sessão, e tinha desempenho misto contra alguns dos principais pares do real.
Agentes financeiros vêm mencionando nos últimos dias a entrada de recursos estrangeiros no Brasil como um fator de impulso o real.
O movimento ocorre à medida que cresce a expectativa de um final de ciclo de aperto monetário nos EUA, o que tende a elevar a atratividade do real pelo diferencial de juros entre os dois países, e diante da reabertura da China, o que favorece fluxo a emergentes em geral.
A equipe da corretora Correparti disse em comentário a clientes que novamente forte entrada de recursos favoreceu o real, em especial na parte da tarde, em dia de alta de commodities no exterior.
Na agenda econômica local, houve divulgação de dados de dívida pública e de conta corrente, enquanto o noticiário político permaneceu morno no que tange às pautas que chamam mais atenção dos agentes financeiros.