Um juiz de Nova York sentenciou nesta sexta-feira (13) a empresa imobiliária homônima de Donald Trump a pagar uma multa criminal de US$ 1,61 milhão depois de ter sido condenada por conspirar para fraudar as autoridades fiscais norte-americanas por 15 anos.
O juiz Juan Merchan, do tribunal criminal de Manhattan, impôs a sentença, a máxima possível segundo a lei estadual, depois que os jurados consideraram duas afiliadas da Organização Trump culpadas em 17 acusações criminais no mês passado.
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Merchan sentenciou na terça-feira Allen Weisselberg, que trabalhou para a família Trump por meio século e foi o ex-diretor financeiro da empresa, a cinco meses de prisão depois que ele depôs no julgamento como a principal testemunha da acusação.
Susan Necheles, uma das advogadas de defesa, disse que a empresa de Trump tem planos para recorrer da decisão. Ninguém mais foi acusado.
O promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, cujo gabinete apresentou o caso, ainda está conduzindo uma investigação criminal sobre as práticas empresariais de Trump.
“A sentença de hoje, juntamente com a sentença do início desta semana, encerra este importante capítulo de nossa investigação em andamento sobre o ex-presidente e seus negócios”, disse Bragg a repórteres. “Agora iremos para o próximo capítulo.”
Joshua Steinglass, um dos promotores, pareceu lamentar o tamanho da punição, dizendo a Merchan que a penalidade era apenas uma “pequena porção” da receita da Organização Trump.
Bill Black, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Missouri-Kansas, especializado em crimes de colarinho branco, chamou a pena de “erro de arredondamento” que proporciona um efeito de dissuasão “zero”.
“Isso é uma farsa”, disse ele. “Ninguém vai parar de cometer esse tipo de crime por causa dessa sentença.”
O caso tem sido uma pedra no sapato do ex-presidente republicano, que o considera parte de uma caça às bruxas dos democratas que não gostam dele e de seu jeito de fazer política.
Trump também enfrenta um processo civil de 250 milhões de dólares da procuradora-geral estadual Letitia James, acusando-o e seus filhos adultos Donald Jr., Ivanka e Eric de inflar seu patrimônio líquido e os valores dos ativos de sua empresa para economizar em empréstimos e seguros.
Bragg e James são democratas, assim como o antecessor de Bragg, Cyrus Vance, que abriu o processo criminal. Trump quer tentar novamente a Presidência em 2024, depois de perder sua tentativa de reeleição em 2020.