O Brasil tem aproximadamente 22 mil startups de acordo com a StartupBase. Se cada uma delas tiver apenas um problema para resolver, o trabalho da FCJ Venture Builder estará garantido por muito tempo. Fundada em 2013 pelo programador mineiro Paulo Justino, a empresa faturou R$ 80 milhões em 2022 e espera abrir capital em Wall Street em até cinco anos.
Venture builders e aceleradoras são duas atividades distintas que se complementam. A primeira funciona em sociedade com a startup, e investe conhecimento na startup desde seu início. A aceleradora auxilia no crescimento das novas empresas após elas já estarem funcionando.
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Justino credita o desempenho da FCJ aos sucessos e aos fracassos de sua trajetória. Formado em sistemas de informação, ele já foi caminhoneiro, faliu duas empresas e trabalhou por 35 anos como programador, até se perguntar qual legado estava deixando para o futuro. “Tive problemas em minhas empresas porque me faltaram conselhos de pessoas que entendessem do mercado”, diz ele. “Desenvolvi a FCJ em 2013 para evitar que os fundadores de startups passem pelo que eu passei.”
Os primeiros cinco anos foram focados no desenvolvimento da empresa. Em 2018, Justino decidiu licenciar o negócio.
Hoje, a companhia tem em seu portfólio 45 Venture Builders, cada uma especializada em um setor específico. Em 2019, nova diversificação: o que era apenas voltado para as jovens empresas também virou disponível para grandes companhias, vinculando empresas que têm problemas com startups capazes de desenvolver soluções..
Hoje, a empresa conta com 175 startups em seu portfólio e para Justino, cada uma delas é como um filho. Algumas delas chegaram por conta própria, enquanto outras foram trazidas pela equipe de 45 hunters que faz parte do time da FCJ. No total, as startups do portfólio captaram mais de R$ 350 milhões desde o início.
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Para Justino, os setores mais promissores no Brasil são fintechs, agritechs, voltadas para o agronegócio, e empresas do setor de saúde. “O agronegócio tem sido a locomotiva da economia e tem uma oportunidade de inovação absurdamente grande, então a nossa aposta no setor é muito grande”, diz Justino. No exterior, as melhores candidatas são as startups voltadas para o turismo na Europa. A meta do ano é crescer 100% e terminar 2023 com 300 startups no portfólio.
Expansão internacional
A empresa está apostando na expansão internacional e projeta levantar R$ 100 milhões até o final do ano para suportar o crescimento. Já são duas unidades fora do país, a Fashionnovation Ventures e BAE Ventures, localizadas nos Estados Unidos e na Europa. Para Justino, apesar das diferenças regulatórias, as dores de uma startup brasileira, americana ou europeia são muito parecidas, o que facilita o processo.
“Hoje somos a maior rede de venture builder da América Latina. Nosso ecossistema deve continuar a se desenvolver”, afirma. “Se abrirmos 50 unidades nos Estados Unidos e 50 na Europa, viramos um unicórnio e vamos para a Nasdaq com força.”