O Ibovespa cravou mais uma alta hoje (5), pela segunda vez consecutiva, no embalo de novas declarações conciliatórias do governo. O avanço foi de 2,19%, a 107.641,32 pontos. Dólar e juros acompanharam o clima de alívio e fecharam em queda.
Em Nova York, o cenário foi o oposto. Os índices foram pressionados por novos números do mercado de trabalho, que reforçaram a postura restritiva do Federal Reserve em relação ao aumento de juros.
De acordo com a Ágora Investimentos, o Ibovespa ensaia uma reação a partir do suporte na região dos 103.000 pontos e, caso consiga chegar aos 106.300 pontos, pode buscar os 109.900, um nível cuja quebra abriria caminho para o índice seguir avançando.
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Hoje, em cerimônia de posse do Ministério do Planejamento, Simone Tebet falou sobre responsabilidade fiscal. “Não vamos descuidar dos gastos públicos, aí se verá o nosso lado firme, austero, mas conciliador”, disse ela.
Tebet disse estar pronta para ajudar o governo a combater a inflação, os juros altos, o aumento da dívida pública e a fome. Segundo analistas, o tom agradou o mercado e ajudou a dar impulso aos ganhos do dia.
Também no radar político, agentes financeiros aguardam o encontro do presidente Lula com seus ministros, marcado para amanhã (6). O presidente disse que a reunião tem como objetivo alinhar a articulação do governo e encerrar as divergências de falas públicas, como as que aconteceram nessa semana.
Com o alívio na curva dos juros de hoje, as maiores altas do Ibovespa ficaram com as empresas sensíveis às taxas de longo prazo. Americanas (AMER3) disparou 11,00%, Azul (AZUL4) subiu 9,38% e Locaweb (LWSA3) ganhou 9,18%.
A subida nas ações da Petrobras e da Vale também deram suporte aos ganhos do dia. As ações ON (PETR3) avançaram 3,24% e as ações PN (PETR4) tiveram alta de 3,60%. Já os papéis da mineradora (VALE3) subiram 1,68%.
Em Nova York, os índices seguem pressionados pelos fortes dados da ADP. O relatório de criação de empregos privados mostrou a adição de 235 mil vagas privadas em dezembro. A estimativa era de 153 mil e em novembro a criação foi de 127 mil.
Os números reforçam a postura do banco central dos EUA, Federal Reserve, de manter os juros restritivos por mais tempo para diminuir o nível de inflação no país. Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, afirmou hoje que o objetivo principal da autoridade é trazer a inflação de volta para a meta de 2% (atualmente o indicador considerado pelo banco está em torno de 5,5%).
Amanhã ainda haverá a divulgação da prévia do payroll, principal relatório de emprego dos Estados Unidos.
O Dow Jones fechou com queda de 1,02%, a 32.929,72 pontos, o S&P 500 perdeu 1,17%, a 3.807,99 pontos, enquanto o Nasdaq recuou 1,47%, a 10.305,24 pontos.
O dólar comercial fechou em queda de 1,84%, avaliado em R$ 5,3523.
(Com Reuters)