A Tesla reduziu globalmente os preços de seus veículos elétricos em até 20%, ampliando uma estratégia de descontos e desafiando rivais, após frustrar previsões de entregas para 2022.
O movimento ocorreu após o presidente-executivo da montadora, Elon Musk, alertar que a perspectiva de recessão e taxas de juros mais altas significa que poderia baixar os preços para sustentar o crescimento do volume às custas do lucro.
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Musk reconheceu no ano passado que os preços se tornaram “embaraçosamente altos” e podem prejudicar a demanda.
Os preços mais baixos nos EUA, Europa, Oriente Médio e África, após cortes na semana passada na Ásia, marcam a reversão da estratégia que a montadora havia seguido durante em 2021/22, quando os novos pedidos de veículos excederam a oferta.
A desaceleração da inflação também foi um fator na redução de preços em seu principal mercado europeu, disse um porta-voz da Tesla na Alemanha.
Os cortes de preços nos Estados Unidos em seus campeões de vendas, o sedã Model 3 e o crossover SUV Model Y, ficaram entre 6% e 20%, mostraram cálculos da Reuters, com o Model Y básico agora custando US$ 52.990. Isso antes do crédito fiscal federal de até US$ 7,5 mil, que entrou em vigor em janeiro.
A empresa também reduziu preços na Áustria, Suíça e França, sendo que neste último clientes que comprarem o Model 3 por € 44.990 terão agora uma redução extra por meio de um subsídio do governo de € 5.000.
Para um comprador norte-americano do Modelo Y de longo alcance, o novo preço da Tesla combinado com o subsídio dos EUA equivale a um desconto de 31%.
Em Nova York, as ações da Tesla recuavam cerca de 3%. Papéis do setor também recuavam com investidores temendo que o movimento corroa as margens, principalmente com a intensificação da concorrência.
Na China, onde a Tesla cortou os preços na semana passada em 6% a 13,5%, clientes protestaram nos centros de entrega, pedindo compensação.