O primeiro dia de negociação de 2023 trouxe mais marcos indesejados para as ações da Apple e da Tesla. Investidores amargaram a desilusão das previsões de potencial de crescimento ilimitado para duas empresas norte-americanas há muito anunciadas por Wall Street por sua história de inovação e fortes resultados financeiros.
As ações da Apple caíram 3,74%, para US$ 125,07 na terça-feira (3), depois que a empresa supostamente instruiu os fabricantes asiáticos a desacelerar a produção de alguns de seus produtos devido ao enfraquecimento da demanda em um ambiente macroeconômico global fraco.
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Esse foi o fechamento mais baixo da Apple desde junho de 2021, reduzindo a capitalização de mercado da gigante da tecnologia para US$ 1,99 trilhão, a primeira vez abaixo de US$ 2 trilhões em 19 meses.
As ações da Tesla caíram até 15%, para US$ 104,64, depois que suas últimas entregas trimestrais de veículos elétricos ficaram aquém das estimativas dos analistas, atingindo seu preço mais baixo desde agosto de 2020 e uma queda de aproximadamente 75% em relação ao pico de US$ 410 em novembro de 2021, mas reduzindo algumas perdas para fechar em US$ 108,10, uma queda de 12,2%.
Essa é a pior queda diária da Tesla desde 8 de setembro de 2020 e o 16º pior dia da ação desde sua oferta pública inicial de 2010, de acordo com dados do Yahoo Finance.
As quedas da Apple e da Tesla moveram-se contra as quedas modestas do mercado como um todo, com o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq caindo menos de 1% cada um.
Contexto
A Apple, que continua sendo a maior empresa do mundo em valor de mercado, valia pouco mais de US$ 3 trilhões em janeiro passado, antes que as ações da empresa caíssem 27% ao longo de 2022, no pior ano do mercado desde 2008.
O fraco desempenho da empresa com sede em Cupertino, Califórnia, ainda foi muito melhor do que as quedas superiores a 50% para as ações da Meta e da Amazon em 2022, pares da Apple.
A queda da Apple acompanhou em grande parte a venda histórica de ações de tecnologia, embora a queda na demanda pelo iPhone 14 e os ventos contrários à fabricação na China também tenham afetado as ações.
No entanto, a atração principal do sombrio 2022 foi a Tesla, que foi a segunda ação com pior desempenho no S&P, com uma queda anual de mais de 70%.
Entre os fatores que derrubaram as ações da Tesla estão as crescentes preocupações com a demanda e as decisões impopulares de seu CEO bilionário Elon Musk, que vendeu US$ 22,9 bilhões em ações da Tesla depois de concordar em comprar o Twitter por US$ 44 bilhões em abril.
Musk também atuou como CEO da empresa de mídia social desde outubro, um mandato marcado por controvérsias.
Contra
O último relatório entregue é apenas um “incremento negativo” para a Tesla, escreveram analistas do Goldman Sachs, liderados por Mark Delaney, em nota aos clientes na segunda-feira (2).
Os especialistas afirmaram que o banco vê “a Tesla bem posicionada para crescimento de longo prazo, dada sua posição como líder em soluções completas em mobilidade limpa” e veículos elétricos.
De maneira mais ampla, os analistas da Wedbush, Dan Ives e John Katsingris, previram que o setor de tecnologia ganharia cerca de 20% em 2023, após o “show de horrores” do ano passado, nomeando a Apple como sua principal ação geral de tecnologia.