Os pedidos de recuperação judicial (RJ) não param de aparecer no mercado desde que a Americanas (AMER3) informou, há um mês, que descobriu uma dívida superior a R$ 40 bilhões em seus relatórios financeiros e protocolou a sua própria recuperação.
A empresa, que estava posicionada como uma das grandes varejistas do país, agora aparece entre as cinco maiores RJs em valor, acompanhada de gigantes que um dia também reinaram em seus próprios setores.
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Sabendo disso, a Forbes elencou as cinco maiores recuperações judiciais do país.
Confira:
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Wikimedia Commons 1. Odebrecht – R$ 98,5 bilhões
O grupo Odebrecht, que incluía atividades como construção civil, petroquímica e energia, entrou com o pedido de recuperação judicial em 2019, quase cinco anos após se tornar alvo da Operação Lava Jato, sob acusação de fazer parte de um esquema de corrupção em licitações de obras da Petrobras, além de outros problemas envolvendo o governo,
Em 2020, a justiça protocolou o pedido de recuperação da companhia e de outras 11 empresas do grupo. O processo continua em andamento na Justiça de São Paulo.
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REUTERS/Paulo Whitaker 2. Oi – R$ 65,4 bilhões
A empresa de telecomunicações Oi informou ao mercado em 2016 que não conseguiria pagar suas dívidas de R$ 65,4 bilhões. A situação Oi foi criada por uma sequência de aquisições mal sucedidas, cujo objetivo era fazer a companhia crescer muito e rápido.
Muitas das empresas adquiridas pela companhia vinham com bagagens pesadas de dívidas e resultados inconsistentes. A situação começou a ficar ruim quando a Oi comprou as operações da Brasil Telecom, por R$ 5,8 bilhões, valor muito superior ao estimado pelo mercado. A aquisição permitiu com que a operadora pudesse atuar em todo o país, mas isso não era suficiente.
Pouco tempo depois, em 2013, a Oi anunciou a fusão com a Portugal Telecom, visando se tornar uma companhia multinacional, mas tudo virou de cabeça para baixo. Apesar da negociação ter sido efetivada, a empresa não recebeu o montante de R$ 3,2 bilhões acordado pela fusão.
Assim, as dívidas cresceram de maneira rápida e incontrolável, o que levou ao pedido de recuperação judicial da companhia, que era uma promessa no setor.
No fim de 2022, a justiça decretou o fim da RJ da companhia, mas já existe a possibilidade da Oi entrar com um novo pedido de recuperação nos próximos dias. Nos Estados Unidos, a empresa protocolou o seu pedido na quinta-feira (9).
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Ricardo Moraes/Reuters 3. Samarco – R$ 51 bilhões
A mineradora Samarco foi a responsável pelo rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, em 2015. A companhia, que pertence à Vale a à BHP Billiton, teve o processo de recuperação judicial determinado pela Justiça em 2021, na tentativa de evitar que ações tomadas no Brasil e no exterior contra a companhia afetassem a sua capacidade de continuar produzindo.
O total de passivos da Samarco, que representa o resultado da soma do patrimônio líquido da companhia junto às dívidas, atingiu R$ 51 bilhões. No ano passado, a Justiça determinou que a recuperação da mineradora seja feita por meio de um acordo com os credores, mas o processo continua em andamento.
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Ueslei Marcelino/Reuters 4. Americanas – R$ 43 bilhões
A Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial após anunciar ao mercado que a sua direção havia detectado um rombo bilionário, inicialmente estimado em R$ 20 bilhões, fruto de erros contábeis.
Em poucos dias, a situação virou uma bola de neve, com a dívida atingindo a casa dos R$ 43 bilhões e afetando o balanço dos seus principais credores, como Itaú e Bradesco.
Na noite de quinta-feira (9), a companhia obteve o aval para emitir até R$ 2 bilhões em debêntures com o prazo de 24 meses. De acordo com a companhia, desse total, metade será financiado pelos acionistas de referência da empresa por meio de emissão de debêntures não conversíveis em participação acionária.
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REUTERS/Jamil Bittar 5. Sete Brasil – R$ 19,3 bilhões
A situação da Sete Brasil se assemelha à da Odebrecht. Criada com o intuito de gerenciar inicialmente sete (daí seu nome) e, mais tarde, 28 navios-sonda para exploração de petróleo para a Petrobras, a empresa recebeu mais de R$ 8 bilhões de investimentos provenientes da estatal e de diversos outros acionistas como Santander e Banco BTG.
Os problemas da companhia começaram na fase inicial da Operação Lava Jato, quando os executivos da companhia começaram a receber denúncias de envolvimento no pagamento de propinas para a construção de sondas. A movimentação negativa levou o BNDES a vetar o empréstimo que manteria a companhia funcionando.
O problema financeiro veio junto à crise de petróleo no mercado internacional, que mitigou a chance da companhia conseguir novos empréstimos no mercado. Assim, a companhia pediu sua recuperação judicial em 2016 e desde lá não obteve nenhuma conclusão.
1. Odebrecht – R$ 98,5 bilhões
O grupo Odebrecht, que incluía atividades como construção civil, petroquímica e energia, entrou com o pedido de recuperação judicial em 2019, quase cinco anos após se tornar alvo da Operação Lava Jato, sob acusação de fazer parte de um esquema de corrupção em licitações de obras da Petrobras, além de outros problemas envolvendo o governo,
Em 2020, a justiça protocolou o pedido de recuperação da companhia e de outras 11 empresas do grupo. O processo continua em andamento na Justiça de São Paulo.