As principais reduções no saldo de crédito do Brasil no início do ano ocorreram em modalidades de financiamento às empresas que apresentam comportamento sazonal no período, disse nesta segunda-feira (27) o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.
De acordo com Rocha, é cedo para dizer se houve impacto da dívida da Americanas sobre os dados de crédito de janeiro. A varejista pediu recuperação judicial no mês passado com dívidas que ultrapassam R$ 40 bilhões, após revelar no início do ano inconsistências contábeis de cerca de R$ 20 bilhões.
Leia também: IGP-M recua 0,06% em fevereiro com novo alívio de commodities, diz FGV
Segundo ele, a antecipação de duplicatas, recebíveis e faturas de cartão tradicionalmente apresentam redução em meses de janeiro. Essas modalidades representaram mais de três quartos da redução no saldo total no mês passado, disse Rocha em entrevista coletiva.
Seus comentários vieram depois de mais cedo o BC informar que as concessões de empréstimos no Brasil recuaram 15,3% em janeiro ante dezembro, com o estoque total de crédito no país caindo 0,3% no mês, a R$ 5,317 trilhões.
O dado foi divulgado em meio a dúvidas no mercado e no governo sobre riscos à saúde do sistema de crédito no país, diante do aperto monetário promovido pelo BC, com a taxa Selic em 13,75%, e temores desencadeados pela crise na Americanas.