Cerca de 2,7% da população brasileira investe atualmente na bolsa de valores, segundo a B3. Isso equivale a 5,8 milhões de pessoas no fim de 2022, um número recorde no Brasil. Somente nos últimos três anos, esse número aumentou em 4,18 milhões. Nos Estados Unidos, mais da metade da população (58%) investe em bolsa, cerca de 150 milhões de pessoas no ano passado.
Por lá, investir em ações ou fundos é uma questão cultural. Muitos pais, por exemplo, investem na bolsa para garantir recursos para os filhos irem para a faculdade, por exemplo. Aqui, esse movimento enfrenta algumas dificuldades.
Comparações entre bolsa e mercado de apostas, medo de perder dinheiro em investimentos ruins ou até mesmo a ideia de que somente pessoas ricas investem em ações dificultam a entrada de mais brasileiros na renda variável.
Mirna Borges, influenciadora de finanças do canal no YouTube EconoMirna, afirma que é possível construir um patrimônio ao longo dos anos e ter uma renda mensal para complementar a aposentadoria ou até mesmo viver de renda com investimentos na bolsa.
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A influenciadora compartilhou com a Forbes cinco dicas para quem ainda não sabe como começar a investir na bolsa de valores. Confira:
1. Paciência e foco no longo prazo
A primeira dica da EconoMirna é entender que renda variável é dinheiro de longo prazo. “Jamais invista o dinheiro de curto e de médio prazo”, diz. “Entenda como curto prazo o dinheiro que você irá utilizar em até um ano e o dinheiro de médio prazo o valor que vai utilizar em até cinco anos.”
Renda variável, como o próprio nome diz, varia. Episódios de perda do dinheiro acontecem, mas não significam perda de valor no longo prazo.
2. Reservas de emergência vêm em primeiro lugar
A segunda dica da influenciadora é priorizar a formação de reserva de emergência antes de ingressar na bolsa. “A reserva de emergência é um valor que precisa ser guardado para possíveis imprevistos como perda do emprego ou uma enfermidade que não estava prevista no seu orçamento”, afirma Borges.
Entretanto, ela afirma que o objetivo da reserva não é alavancar capital e sim dar segurança. “Esse valor não deve ser aplicado na renda variável e sim, na renda fixa.”
3. Abra conta em uma corretora
Para comprar e vender as ações é necessário abrir uma conta em uma instituição autorizada a fazer essas operações na bolsa. Depois de aberta a conta, é necessário transferir o dinheiro para a instituição e solicitar o acesso ao ambiente onde os ativos são negociados.
4. Entenda seu perfil de investidor
O perfil de investidor é uma classificação do nível de tolerância ao risco que o investidor aceita para seu dinheiro. Pessoas com perfil conservador têm uma tolerância menor ao risco do que pessoas com um perfil moderado, por exemplo.
“Importante deixar claro que quanto maior o retorno que você estiver buscando, maior o risco que terá que correr. Dependendo do perfil, essas eventuais volatilidades ao longo do caminho não são aceitas”, diz Borges. “Por isso, é importantíssimo respeitar o perfil e o gerenciamento de risco da própria carteira de investimentos.”
5. Se familiarize com o mercado
Segundo a influenciadora EconoMirna, para ter sucesso nas operações na bolsa é preciso conhecer as estratégias existentes e se conhecer como investidor. “Sair comprando ações de empresas da moda não te levará muito longe. Você precisa entender o porquê está comprando, conhecer sobre o negócio e os fundamentos da companhia”, diz Borges.
Segundo a influenciadora, se a busca é por uma renda para complementar a aposentadoria ou até mesmo conquistar o objetivo de viver de renda, a estratégia de investimento a longo prazo é a mais interessante. “Isso significa comprar boas empresas e carregar as ações por um longo período, visando a valorização e também o pagamento de dividendos”, afirma.