A conclusão das análises sobre a dívida total da Americanas deve ficar pronta em março e dados preliminares apontam para um passivo que pode superar os R$ 48 bilhões, disseram duas fontes próximas ao processo nesta semana.
“O diagnóstico será divulgado em março, mais para o fim do mês”, disse uma das fontes nesta sexta-feira (17).
Clique aqui para ver mais notícias sobre o Caso Americanas
A Americanas, que pediu recuperação judicial em janeiro após revelar problemas contábeis de pelo menos R$ 20 bilhões, divulgou na semana passada uma atualização da lista de credores da companhia, na qual elevou o valor de sua dívida de R$ 41,2 bilhões para R$ 42,5 bilhões.
A varejista também revisou o número total de credores, que saiu de cerca de 7.720 para ao redor de 9.460.
“O passivo é maior do que estão achando no momento. É mais do que os R$ 40 bilhões falados. Já foram detectados mais R$ 7 bilhões; o que era R$ 41 passou para R$ 48 bilhões”, disse a primeira fonte. “E é possível que aumente um pouco mais”, acrescentou.
Procurada, a Americanas não comentou o assunto de imediato.
O rastreamento das dívidas da rede varejista envolve um grupo multidiscipliar que inclui escritórios de advocacia, especialistas na lei de Recuperação Judicial e Falências e até economistas renomados.
Os primeiros resultados dessa investigação devem ser apresentados à Justiça do Rio de Janeiro após o período do Carnaval. “Os trabalhos são considerados adiantados”, afirmou a primeira fonte.
O prazo para apresentação do relatório é de 60 dias a partir da aceitação do pedido de recuperação judicial. “Termina dia 23 de março”, afirmou uma das fontes.
Na quinta-feira, a Americanas divulgou uma primeira oferta feita a bancos credores, que acabou sendo rejeitada, segundo a empresa. A proposta previa aporte de R$ 7 bilhões por seus acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles – além de recompra e conversão de dívida.
A companhia também apresentou na quinta-feira (16) pedido ao administrador da recuperação judicial para ter autorização para pagamento da totalidade de dívidas trabalhistas e com pequenas e médias empresas, no valor de R$ 192,4 milhões.