Em um dia de sessão reduzida e baixa liquidez no Brasil, o dólar à vista fechou em alta ante o real nesta quarta-feira (22). O avanço ocorreu em função dos ajustes de preços no mercado brasileiro ao movimento de alta da moeda norte-americana no exterior nos últimos dias, quando os negócios domésticos estiveram paralisados pelo Carnaval.
A ata da última reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve), divulgada às 16h (horário de Brasília), também sustentou a moeda norte-americana no exterior, com reflexos no Brasil.
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O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1708, em alta de 0,15%.
Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,02%, a R$ 5,1765.
Terminado o período de Carnaval, as negociações no mercado brasileiro começaram às 13h desta quarta-feira. A moeda norte-americana exibiu ganhos ante o real no início da sessão, com os agentes de mercado acertando posições em relação ao exterior.
De acordo com Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, os ativos de maior risco passaram por um processo de deterioração no exterior nos últimos dias, enquanto o mercado brasileiro permaneceu fechado. Assim, a alta inicial do dólar serviu para ajustar os preços.
Durante a tarde, a expectativa recaiu sobre a ata do Fed. Pouco antes da publicação do documento, o dólar zerou os ganhos ante o real no Brasil. Após a divulgação, a divisa voltou para o território positivo, em níveis semelhantes aos vistos mais cedo.
“Não ocorreu uma grande piora dos mercados após a ata, mas houve impactos. O dólar subiu ante uma cesta de moedas e o euro recuou, o que é uma má notícia também para o real”, afirmou José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos.
Segundo ele, o modelo da consultoria indica que, se o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente uma cesta de seis divisas, permanecer acima de 104 e se o euro se firmar abaixo de US$ 1,063, a moeda norte-americana à vista tem potencial para subir além dos R$ 5,16, em direção aos R$ 5,25. “Como o dólar lá fora pode continuar subindo no curto prazo, ele tem potencial para estressar as cotações também no Brasil”, disse.
Às 17:13 (de Brasília), o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,39%, a 104,570.
No mercado brasileiro, a liquidez também foi reduzida nesta quarta-feira, em dia de meio período de trabalho.