Como vem sendo rotina desde 2020, o ano passado foi desafiador para quem administra dinheiro. Alta da inflação e dos juros nas economias desenvolvidas, guerra na Ucrânia e volta das medidas de restrição na China. Isso frustrou todas as previsões para o comportamento dos ativos financeiros. Provocou uma volatilidade inédita em ações, taxas de juros, moedas e criptomoedas e exigiu um esforço extra dos profissionais responsáveis por gerir dinheiro alheio.
Esse cenário adverso torna ainda mais relevante o trabalho dos gestores de recursos que conseguiram remunerar com competência o dinheiro que investidores e investidoras deixaram a seus cuidados. E é por isso que a Forbes Brasil traz com exclusividade na edição 105 a lista do Melhor Banco e Plataforma para Investir. A edição já está disponível nos aplicativos na App Store e na Play Store.
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Elaborado em conjunto pelo Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGVCef) e pela empresa de pesquisa de mercado Toluna, o prêmio lista as instituições financeiras que oferecem os melhores fundos do ponto de vista do investidor. “Consideramos aspectos quantitativos e qualitativos dos fundos e dos gestores”, diz William Eid Júnior, professor de finanças da FGV e criador do modelo de premiação. “Analisamos não só a rentabilidade em relação ao risco, mas também a qualidade dos serviços prestados aos investidor.”
O prêmio analisa o desempenho dos fundos usando o indicador mais consagrado do mercado, o índice de Sharpe.
Desenvolvido pelo Prêmio Nobel de Economia, o economista americano William Forsith Sharpe (1934), esse indicador mede a rentabilidade de um fundo em comparação com um ativo financeiro livre de risco. “O conceito do índice de Sharpe é premiar não os fundos mais rentáveis, mas aqueles que apresentaram a melhor relação entre risco e retorno”, diz Eid Júnior.
O prêmio também avalia a facilidade de acesso aos produtos – ou seja, a capacidade de começar a investir com pouco dinheiro – e a qualidade dos serviços prestados. Fundos acessíveis são aqueles em que é possível começar a investir com pouco dinheiro. E serviços de qualidade são os que executam seus pedidos com agilidade e resolvem as dúvidas do investidor. Segundo Luca Bon, principal executivo da Toluna na América Latina, a qualidade no atendimento é cada vez mais relevante. “O consumidor está cada vez mais exigente e cada vez menos leigo”, afirma. “E os bancos e plataformas de investimento terão de se acostumar com isso, esse movimento não tem volta.”
Bancos
O Bradesco, que controla a Bradesco Asset, foi considerado o Melhor Banco para Investir. Segundo Bruno Funchal, CEO da gestora, 2023 deverá repetir o ano passado e será, novamente, um período difícil para os gestores de recursos. “Em 2022 observamos uma saída líquida de mais de R$160 bilhões do setor”, diz ele. “Os fundos de maior risco, como os multimercados e os fundos de ações sofreram mais do que as outras classes.”
Ele diz esperar um cenário semelhante para este ano, especialmente para os ativos mais arriscados e voláteis. “No entanto, esses níveis de taxas de juros beneficiam os segmentos da indústria que se beneficiam desse momento, como os fundos de renda fixa ativos”, afirma.
A Bradesco Asset, empresa de gestão de recursos ligada à instituição financeira também foi a melhor nas categorias Varejo e Alta Renda. Esse último segmento tem sido um dos pilares da estratégia do banco para crescer na gestão de recursos. A iniciativa foi citada por Octávio de Lazari, CEO do banco, ao comentar os resultados do Bradesco no quarto trimestre. “Em um momento como este, em que os juros estão bastante elevados, trazer mais captações e ampliar a quantidade de ativos administrados é fundamental para a formação do resultado”, disse ele.
Nas demais categorias, o Itaú Unibanco foi considerado o Melhor Banco para Investir nas categorias Ações, Renda Fixa, Multimercados e Money Market. O banco não concedeu entrevista.
Plataformas
Relativamente recentes no cenário financeiro, as plataformas de investimentos, tanto as independentes quanto as vinculadas a instituições financeiras, foram o grande instrumento para facilitar a diversificação da gestão de recursos.
Neste ano, o grande vencedor na categoria Plataformas foi o BTG Pactual, que obteve a pontuação máxima nas categorias Geral e Varejo. Isso representa a coroação de um processo de transição na instituição financeira. Fundado em 1983, o banco começou atuando em atacado e em tesouraria. A gestão de recursos só começou nos anos 1990. O banco só começou a testar o varejo em 2014, com a criação do BTG Pactual Digital.
Desde então, o banco investiu R$ 2 bilhões no desenvolvimento de sistemas e marketing e na contratação de pessoas, algo que dependeu de um trabalho de convencimento dentro da instituição, diz Marcelo Flora, head das plataformas digitais do banco. “Nunca antes tínhamos feito um investimento tão alto no investimento orgânico de um business como foi feito nas plataformas digitais”, diz ele. Ao iniciar o processo, a carteira de clientes do banco oscilava entre 5 mil e 10 mil, quase todos empresas e indivíduos muito ricos. Atualmente, a freguesia do BTG chega a um milhão. “E o número de clientes corporativos não cresceu muito”, diz Flora.
O total de fundos administrados pelo BTG Pactual é de pouco mais de R$ 700 bilhões, o que o torna um dos maiores gestores do mercado. Allan Hadid, principal executivo da gestora de recursos, a popularização da tecnologia facilitou a vida dos clientes e ampliou a sofisticação do mercado. “Os investidores estão mais instruídos, o que facilita a introdução de novos produtos e de novas estratégias de gestão”, diz ele.
Nas demais categorias, a gestora SPX venceu nas categorias Ações e Alta Renda, a gestora BV Asset ganhou na categoria Money Market, a Kapitalo ganhou na categoria Multimercados e a SulAmérica foi a vencedora na categoria Renda Fixa.
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