A semana começa com o Ibovespa no vermelho, em linha com o clima negativo das bolsas internacionais. A perspectiva de juros altos nos Estados Unidos e aqui aumenta a cautela dos investidores e a aversão a risco no mercado de ações.
O índice paulista saiu dos leilões com queda de 0,19%, a 108.319,93 pontos, após registrar desvalorização de 3,38% na última semana. Desde o início do ano, o Ibovespa registra queda de 1% em seu valor.
Em Wall Street, os índices futuros ainda repercutem o payroll de sexta-feira (3), que mostrou a criação de 517 mil vagas de emprego em dezembro – mais do que o dobro das projeções. A resiliência do mercado de trabalho norte-americano indica que o Federal Reserve manterá a sua postura de juros restritivos por mais tempo.
Por volta das 10h (horário de Brasília), os futuros apresentavam desempenho negativo, com o Dow Jones caindo 0,42%, o S&P 500 recuando 0,57% e o Nasdaq tinha perda de 0,72%.
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Investidores aguardam a participação de Jerome Powell, presidente do Fed, em uma conversa aberta com o bilionário David Rubenstein, no The Economic Club of Washington, amanhã (7). O objetivo é alinhar as expectativas de aumento nas taxas nos próximos meses.
Enquanto isso, a temporada de balanços no país segue, com resultados da Disney, PepsiCo, Cummins e outros ao longo da semana.
Por aqui, a situação dos juros altos se agravam com as divergências entre o presidente Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Lula não concorda com a meta de inflação do BC para este ano e não gostou da postura do comitê de manter a Selic em 13,75% na última reunião.
Em coluna para a Folha neste final de semana, Mônica Bergamo relatou que “o presidente Lula e ministros de seu governo consideram que o presidente do Banco Central traiu a confiança que o governo depositava nele para dialogar e participar de um esforço conjunto”.
Lula já falou em reverter a independência do Banco Central quando o mandato de Campos Neto acabar. Amanhã será divulgada a Ata do Copom com mais detalhes sobre a decisão de manutenção da Selic.
A temporada de balanços também segue por aqui, com resultados de Itaú, Bradesco, Klabin e BB Seguridade nesta semana.
O dólar à vista registrava avanço de 0,27%, a R$ 5,16 às 10h (horário de Brasília).