Nesta quarta-feira (15), o Ibovespa teve uma alta de 1,62% a 109.600,14 pontos, totalizando um volume financeiro de R$ 46,8 bilhões. A sessão chegou a bater mais de 2% de alta. O ânimo do mercado veio logo após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar que o novo arcabouço fiscal deve ser apresentado até março, 5 meses antes do prazo exigido pela PEC de transição do governo. A antecipação das novas regras fiscais podem aliviar tensões entre o governo e BC e estabelecer um consenso sobre os rumos da economia.
As falas de Haddad acontecem em um momento de agitação no mercado, diante das pressões do governo Lula por alterações na meta de inflação e redução no nível dos juros, além de críticas de aliados ao comandante do Banco Central, Roberto Campos Neto. Sobre o posicionamento de Haddad, Rodrigo Moliterno, especialista da Veedha Investimentos, comenta: “De certa forma, isso deu uma tranquilidade ao mercado, fazendo com que a curva de juros, que é o grande ponto de tensão no momento, começasse fechada. Isso fez com que as ações tivessem uma performance positiva”.
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As tensões entre o governo federal e o Banco Central podem começar a diminuir, uma vez que Roberto Campos Neto, presidente do BC, comentou segunda à noite (13) durante a sua participação no programa Roda Viva, sobre a importância da sinalização dos próximos passos do governo para a economia. Como dito no programa: “não há problema o governo gastar mais por um tempo, desde que ele sinalize quando e como ele pretende voltar a respeitar os limites de gastos”.
Nos Estados Unidos, os principais índices de ações de Wall Street ficaram sem direção nesta quarta-feira (15), depois que dados de vendas no varejo mais fortes do que o esperado ressaltaram uma economia dos Estados Unidos resiliente, o que pode abrir mais espaço para o Federal Reserve elevar os juros. Na ponta positiva, as ações da brasileira Nubank dispararam em Nova York após reportar lucro líquido ajustado de US$ 113,8 milhões no quarto trimestre do ano passado.
Idean Alves, sócio da Ação Brasil Investimentos, afirma: “A previsão de que o FED continuará subindo os juros para controlar a inflação também deve continuar pressionando o Banco Central local para aumentar o prêmio de risco a fim de poder acompanhar e ficar competitivo em relação aos juros dos pares, sem contar a preocupação do risco fiscal, que vai seguir fazendo preço na bolsa brasileira, e nas próximas decisões do Copom.”
Na Europa, as ações tiveram um dia de alta, com os ganhos das empresas de luxo empurrando o índice de blue chips da França para perto de seu nível recorde. Porém, as pressões inflacionárias na zona do euro permanecem altas, e o Banco Central Europeu (BCE) continuará elevando os juros para atenuar a dinâmica dos preços subjacentes, disse a presidente do instituição, Christine Lagarde, ecoando o discurso mais recente do banco.
Na Ásia, houve fraqueza nos mercados após dados mostrarem inflação ainda elevada nos Estados Unidos, enquanto preocupações geopolíticas e com a economia da China pesaram ainda mais sobre o sentimento dos investidores.
(Com Reuters)