Nesta quarta-feira (8), o Ibovespa teve dia de alta e subiu 1,97% a 109.951,49 pontos, totalizando um volume financeiro de R$ 28,8 bilhões. O mercado foi impulsionado principalmente pelas ações do Itaú, que divulgou os resultados do quarto trimestre e do acumulado de 2022, o que valorizou não só suas ações como os demais papéis do setor bancário. Também animaram o mercado as declarações do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Ele disse que não há “qualquer intenção” do governo de mudar a atual lei da autonomia do BC (Banco Central).
O Ibovespa foi puxado pelas ações do Itaú (ITUB4), sendo a maior participação de hoje do índice, graças à repercussão positiva do resultado do quarto trimestre, divulgado na noite de terça-feira (7). Os papéis subiram 8,27% a R$ 26,5. Por mais que o colapso das lojas Americanas tenha impactado negativamente o banco, reduzindo consideravelmente seus lucros, há um lado positivo: os resultados de 2023 virão “limpos” desse impacto.
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Sobre os balanços do Banco Itaú, Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos, comenta: “O resultado foi bom, o banco tem ‘surfado’, e não só o Itaú, mas todos os bancos. Faz sentido em um cenário de juros altos, e isso impacta diretamente na receita dos bancos. A expectativa é que o primeiro trimestre de 2023 também venha positivo.”
O ministro Alexandre Padilha afirmou nesta quarta-feira (8) que não faz parte dos planos do governo alterar a atual lei da autonomia do BC, além de negar que haja pressão sobre qualquer mandato da autoridade monetária. Após críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à taxa básica de juros, atualmente em 13,75%, e cobranças ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, Padilha destacou que a intenção do governo é colocar o assunto no centro do debate público.
Leandro Petrokas, sócio da Quantzed, afirma: “Ibovespa sobe hoje impulsionado pelo otimismo da queda de juros em todos os vértices. Uma notícia referente a ministros estarem aconselhando Lula a baixar temperatura no confronto com BC colabora para essa queda no dia de hoje (…) alguns ministros alertaram o presidente em relação às insatisfações do mercado.”
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street recuaram, com temor dos investidores sobre uma postura mais rígida do Fed (Federal Reserve) quanto à política monetária. Declarações de membros do banco central norte-americano também estavam no radar do mercado.
Na Europa, os índices acionários subiram impulsionados por sinais positivos dos comentários na véspera do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, e por balanços fortes de empresas de energia e produtos químicos. O Banco Central Europeu pode estender sua série de grandes aumentos de juros até maio se o núcleo da inflação não diminuir até lá, disse o responsável pela política monetária do BCE, Klaas Knot, nesta quarta-feira (8).
Na Ásia, as ações da China e de Hong Kong terminaram em baixa em dia de baixa liquidez, uma vez que a disputa entre EUA e China devido a um balão supostamente usado para espionagem que preocupou investidores, enquanto outros esperavam por mais provas mais concretas de uma recuperação econômica.
(Com Reuters)