O Nubank divulgou hoje (14) lucro líquido ajustado de US$ 113,8 milhões (R$ 585 milhões) para o quarto trimestre do ano passado ante US$ 63 milhões (R$ 324 milhões) no terceiro trimestre e de US$ 3,2 milhões (R$ 16,48 milhões) no mesmo período de 2021.
O número considera o efeito contábil do encerramento de um termo que previa pagamento de um bônus ao fundador David Vélez, caso metas agressivas de valorização das ações do banco fossem alcançadas, chamado de CSA pelo Nubank.
Em termos líquidos, o lucro do Nubank, quinta maior instituição financeira do Brasil, foi de US$ 58 milhões (R$ 298 milhões) nos três últimos meses do ano passado.
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de US$ 41 milhões (R$ 211 milhões) para o Nubank – que tem operações no Brasil, México e Colômbia – no trimestre, segundo dados da Refinitiv. Não ficou claro de imediato se os números são comparáveis.
O impacto do fim do CSA nas contas do Nubank no quarto trimestre foi de US$ 356 milhões (R$ 1,8 bilhão). Segundo, o vice-presidente financeiro, Guilherme Marques do Lago, o fim do termo vai fazer com que o Nubank “deixe de reconhecer US$ 70 milhões (R$ 360 milhões) a US$ 80 milhões (R$ 412 milhões) — relativos ao CSA — ao longo dos próximos anos”.
O banco terminou 2022 com 74,6 milhões de clientes, dos quais 70,9 milhões no Brasil e 3,2 milhões no México, depois de ter adicionado 4,2 milhões no quarto trimestre. Um ano antes, eram cerca de 54 milhões de clientes do Nubank.
A ROE (rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado) no Brasil foi de 35% no trimestre, acima de rivais como Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander Brasil.
O índice de inadimplência de operações de crédito do Nubank vencidas há mais de 90 dias cresceu no trimestre, em meio à alta dos juros no Brasil. O indicador de calotes foi de 5,2%, ante 4,7% entre julho e setembro e 3,5% reportados no final de 2021.
“Os indicadores macros estão bem ruins, mas temos sinais de término de um ciclo”, disse o vice-presidente financeiro do banco digital, Guilherme Lago.
“No primeiro trimestre de cada ano a inadimplência geralmente sobe um pouco, para depois cair. Nada nos leva a crer que não vamos ter essa sazonalidade”, disse Lago respondendo à Reuters sobre a tendência da inadimplência para 2023.
(informações ajustadas)