O Banco Central aumentou sua projeção de crescimento econômico em 2023 a 1,2%, contra patamar de 1,0% estimado em dezembro, conforme Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, mas ainda considera que o ritmo da atividade reflete uma desaceleração esperada.
Segundo o BC a melhora “moderada” na estimativa é fruto de surpresas positivas em componentes do setor de serviços em 2022, que ampliam o carregamento estatístico para este ano, além de prognósticos mais positivos para a indústria extrativa e os primeiros indicadores referentes ao início deste ano.
“Apesar da revisão, a projeção continua refletindo cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica em 2023, na comparação com os dois anos anteriores”, disse, após 2022 ter registrado um crescimento de 2,9%.
No documento, a autarquia ressaltou que o crescimento da atividade neste ano terá contribuição relevante do setor agropecuário, com variações modestas de indústria, serviços e consumo doméstico.
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O Ministério da Fazenda, por sua vez, prevê expansão de 1,61% para o PIB este ano, enquanto o mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 0,9% em 2023.
Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que não hesitará em retomar ajustes na taxa básica de juros se necessário. Atualmente a Selic está em 13,75% ao ano.
O BC também atualizou sua projeção para a inflação de 2025, com a estimativa para o IPCA ficando em 3,2%, acima do centro da meta de 3,0% e mais alta que a projeção de 2,8% feita em dezembro. O documento repetiu as projeções já apresentadas pelo Copom para 2023 (5,8%, ante meta de 3,25%) e 2024 (3,6%, ante meta de 3,00%).
Segundo o relatório, a probabilidade de a inflação romper o teto de 4,75% da meta deste ano saltou de 57% em dezembro para 83% agora.
“A inflação ao consumidor, assim como diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, disse.