Os dividendos globais atingiram um recorde de US$ 1,56 trilhão (R$ 8,11 trilhões) em 2022, alta de 8,4% em relação ao ano anterior, segundo o índice de dividendos globais da gestora britânica de investimentos Janus Henderson. No mundo todo, 88% das empresas aumentaram ou mantiveram estáveis o pagamento de proventos aos seus acionistas no ano passado.
A Petrobras foi o destaque do Brasil e da América Latina no ranking geral de maiores empresas pagadoras de dividendos. A estatal brasileira ficou em segundo lugar do top 10, com uma distribuição de US$ 21,7 bilhões (R$ 112,76 bilhões) em 2022. Em comparação com 2021, a empresa pagou US$ 12,6 bilhões a mais aos acionistas no ano passado.
O primeiro lugar do ranking ficou com a mineradora australiana BHP pelo segundo ano consecutivo. A empresa pagou US$ 23,5 bilhões (R$ 122,12 bilhões) aos seus investidores, 8% a mais do que no ano de 2021.
Ambas as empresas fazem parte do grupo setorial que registrou o maior crescimento nominal de pagamentos de proventos, que é o setor de petróleo, gás e energia. No ano passado, o segmento pagou 56,3% mais do que em 2021, um total de US$ 171 bilhões (R$ 888,58 bilhões).
Impulsionado pelos valores da Petrobras, o Brasil registrou recorde nos seus pagamentos do ano passado, de US$ 33,8 bilhões (R$ 175,64 bilhões), valor 23,8% superior aos dividendos de 2021. Os proventos brasileiros contribuíram com um terço dos pagamentos dos mercados emergentes, que somaram US$ 151,4 bilhões (R$ 786,73 bilhões) de distribuição, 13% a mais do que no ano anterior.
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Além de Petrobras, outras empresas que aparecem no índice são Vale e Ambev. A mineradora ficou em 32º lugar ao distribuir US$ 6,86 bilhões (R$ 35,65 bilhões) – valor muito menor do que em 2021, quando a empresa ficou na oitava posição. Já a Ambev distribuiu US$ 3,57 bilhões (R$ 18,55 bilhões) e ficou em 94º lugar.
Ao todo, 12 países registraram dividendos recordes em 2022: Estados Unidos, Canadá, China, Índia, Taiwan, Brasil, Dinamarca, Suíça, Hong Kong, Catar, Kuwait e Arábia Saudita. Os EUA foram destaque US$ 574,2 bilhões (R$ 2,98 trilhões) pagos, alta de 7,6%.
Dividendos em 2023
Para este ano as perspectivas não são de um crescimento acentuado, segundo o relatório. “A trajetória futura do crescimento econômico, a inflação e a extensão de novos aumentos de juros, bem como os riscos geopolíticos, aumentam a incerteza sobre as perspectivas de dividendos neste ano”, diz o documento.
Segundo o relatório, o crescimento dos dividendos deverá desacelerar para 2,3% neste ano, elevando o total global para US$ 1,60 trilhão (R$ 8,30 trilhões).
A gestora britânica vê como improvável que os proventos das empresas repitam os aumentos acentuados de 2022, já que os preços do petróleo diminuíram e os pagamentos de mineração cairão ainda mais frente a queda do ano passado.
Como contrapartida, eles afirmam que “no setor financeiro, os bancos se beneficiarão de melhores margens como resultado do ambiente de taxas de juros mais altas”, entretanto, não será suficiente para compensar as perdas do setor de petróleo & gás e energia.
As 10 maiores pagadoras:
- BHP (BHPG34)
- Petrobras (PETR4)
- Microsoft (MSFT34)
- Exxon Mobil (EXXO34)
- Apple (AAPL34)
- China Construction Bank
- Rio Tinto (RIOT34)
- China Mobile Limited (C1HL34)
- JPMorgan (JPMC34)
- Johnson & Johnson (JNJB34)