O First Citizens BancShares Inc afirmou hoje (27) que vai adquirir os depósitos e empréstimos do falido SVB (Silicon Valley Bank), fechando um capítulo na crise de confiança que assolou os mercados financeiros globais.
A FDIC, agência norte-americana que atua nas garantias de depósitos bancários e que assumiu o controle do SVB neste mês, disse em um comunicado que recebeu direitos de valorização das ações do First Citizens BancShares com um valor potencial de até US$ 500 milhões como parte do acordo.
O First Citizens, que se descreveu como tendo concluído mais transações assistidas pela FDIC desde 2009 do que qualquer outro banco, disse que a empresa combinada será resiliente com uma carteira de empréstimos e uma base de depósitos diversificadas.
Sob o acordo, a unidade First–Citizens Bank & Trust Company assumirá ativos do SVB de US$ 110 bilhões, depósitos US$ 56 bilhões e empréstimos de US$ 72 bilhões.
“A abordagem de gestão de risco prudente continuará a proteger clientes e acionistas em todos os ciclos econômicos e condições de mercado”, disse o comunicado.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
O First Citizens também receberá uma linha de crédito da FDIC para fins de liquidez contingente e terá um acordo com o regulador para compartilhar algumas perdas em empréstimos comerciais para fornecer proteção adicional contra possíveis perdas de crédito.
Analistas disseram que a medida foi positiva para a estabilidade financeira e para o setor de capital de risco, mas apenas até certo ponto.
“Acho que a aquisição da carteira de empréstimos e depósitos do SVB pelo First Citizens Bank não acrescenta muito para resolver o problema número um que o sistema bancário dos EUA enfrenta agora: depósitos deixando bancos menores para bancos maiores ou fundos do mercado monetário”, disse Redmond Wong, estrategista de mercado do Saxo Markets.
O SVB foi o maior banco a falir desde a crise financeira de 2008, quando os reguladores da Califórnia fecharam o banco em 10 de março, provocando grandes perturbações no mercado e aumentando as tensões no setor bancário globalmente.
Com sede em Santa Clara, ele era o 16º maior credor dos EUA no final do ano passado, com cerca de US$ 209 bilhões em ativos.