A Hapvida (HAPV3) perdeu R$ 10,5 bilhões em valor de mercado ontem (1º), com uma queda de cerca de 30% em seus papéis. O recuo foi motivado pela divulgação do balanço financeiro do 4º trimestre da companhia, que não agradou o mercado.
O lucro líquido ajustado dos últimos três meses do ano caiu 56,1% ante mesmo período de 2021, em meio a maiores despesas e taxa de sinistralidade, totalizando R$ 161,4 milhões.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Sem ajustes por amortização de marcas e patentes e carteiras de clientes, bem como relacionados a incentivos de longo prazo a executivos, a empresa teve prejuízo de R$ 316,7 milhões, revertendo lucro de R$ 200,2 milhões um ano antes.
Assim, com a reação negativa, o bilionário fundador da companhia, Candido Pinheiro Koren de Lima, perdeu R$ 362 milhões de sua fortuna, estimada em US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) pela Forbes.
Na visão dos analistas do Inter Research, o cenário deve ser desafiador. “Em nossa visão, o cenário de curto prazo deve ser bastante desafiador, com desaceleração do crescimento marginal de beneficiários e sinistralidade ainda muito acima dos patamares históricos”, avalia Breno de Paula em relatório.
Porém, para ele, a companhia está bem posicionada para continuar sendo protagonista na tendência de consolidação do setor, e deve sofrer menos pressão das adquiridas ao longo do ano devido ao andamento dos processos de integração.
Para o Itaú BBA, os resultados incluíram tendências piores do que as esperadas anteriormente. “Por enquanto, mantemos nossas estimativas e recomendações inalteradas, mas ressaltamos que precisaremos de evidências de um reajuste de preços mais forte e estabilização do custo por beneficiário para ganhar confiança nos resultados de médio prazo”, diz.
A gestora ainda informa que buscará informações sobre como essas tendências se comportaram ao longo de janeiro e fevereiro de 2023 durante a teleconferência de hoje antes de revisar os seus números.