Nesta terça-feira (21), o Ibovespa teve uma leve alta de 0,07% a 100.998,13 pontos, totalizando um volume financeiro de R$ 17,7 bilhões. O mercado está se preparando para a super quarta, que ocorrerá amanhã e trará o posicionamento do Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, sobre os próximos passos das taxas de juros. Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou a apresentação do novo arcabouço fiscal, afirmando que irá divulgar o planejamento após a sua viagem para a China. O presidente irá decolar na sexta-feira (24).
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta tarde que o novo arcabouço fiscal do Brasil deve ser anunciado em meados de abril, e que o governo irá trabalhar para aprová-lo ainda no primeiro semestre. Enquanto uma decisão sobre o novo teto de juros do setor de crédito consignado deve sair na próxima terça-feira (28).
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Leandro Petrokas,especialista da Quantzed, diz: “o mercado opera aguardando o que seria o arcabouço fiscal. Ficou para depois da viagem do presidente para a China. Então isso traz bastante incerteza ao mercado. Enquanto essa medida não é apresentada, o mercado trabalha com muita incerteza do que virá. Com essa espera, a gente percebe uma bolsa brasileira mais fraca, assim como bolsas internacionais”.
Em entrevista à Globo News, Rui Costa disse que o arcabouço “está bem consistente” e que o governo busca uma proposta que atenda a “diretrizes básicas, que são: uma demonstração clara e absoluta de responsabilidade fiscal e ao mesmo tempo sinalizar o compromisso social do presidente da República”.
Além disso, o mercado operou em baixa volatilidade no aguardo da super-quarta, reunião do Federal Reserve que abordará a manutenção das taxas de juros nos Estados Unidos. A declaração de falência do banco norte Silicon Valley Bank na semana passada acirrou ainda mais as discussões sobre o fim do ciclo de aperto monetário, com o propósito de evitar o efeito sistêmico que possa contagiar o setor bancário.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse a banqueiros que está preparada para intervir para proteger correntistas em bancos menores dos EUA que sofrem com fugas de depósitos em meio à pior turbulência do sistema financeiro em mais de uma década. Yellen, falando mais de uma semana depois do fechamento do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, afirmou que as ações “decisivas e contundentes” estão fortalecendo a confiança pública no sistema bancário dos EUA e protegendo a economia.
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, afirma: “Enquanto as decisões do Fed e do Copom são amplamente precificadas, com alta de 0,25 pontos percentuais. nos EUA e manutenção dos juros por aqui, a comunicação das autoridades monetárias gera expectativa para os investidores decifrarem as futuras decisões a partir de um cenário muito modificado após as últimas reuniões”.
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street operaram em uma leve alta com o pressentimento otimista de que o fim das altas taxas de juros possa estar mais perto do que o esperado.
Na Europa, as ações subiram mais de 1% , com o setor bancário recuperando perdas após uma série de medidas para estabilizar o setor, enquanto investidores esperavam por movimentos menos agressivos do Federal Reserve em sua reunião de política monetária esta semana. O desempenho dos bancos europeus será resiliente, embora divergente, à medida que a redefinição econômica começar, de acordo com uma nota da S&P Global, com o banco suiço Credit Suisse sendo um caso atípico.
Na Ásia, as ações da China e de Hong Kong subiram à medida que os temores de uma crise bancária global diminuíram. O acordo entre UBS e Credit Suisse ajudou a aliviar alguns temores de contágio bancário. O líder de Hong Kong, John Lee, disse estar confiante de que a situação do Credit Suisse não afetará a cidade de maneira significativa, acrescentando que o setor local é “muito resiliente”.
(Com Reuters)