O Ibovespa abriu em queda hoje (28), com recuo de 0,09%, a 99.548 pontos. Entretanto, logo após a abertura, o índice recuperou os 100 mil pontos. Por volta das 10h35 (horário de Brasília), a alta era de 0,96%, a 100.648 pontos.
Investidores repercutem a ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que trouxe um recado duro da autoridade em relação à expectativa de inflação.
Segundo o Copom, a inflação segue muito acima da meta e a expectativa de aumento de preços continua elevada para este e os próximos anos. Os membros do comitê sinalizaram a possibilidade de novos aumentos dos juros em detrimento da esperança de queda das taxas pelo mercado.
A autoridade monetária afirmou não haver relação mecânica entre a convergência da inflação e a apresentação do novo arcabouço fiscal pelo governo federal. O texto ainda menciona a preocupação com as “políticas parafiscais expansionistas” que podem elevar a tendência de taxa de juros.
Entretanto, oso membros do Copom também avaliam que um arcabouço fiscal “sólido e crível” pode levar a um processo desinflacionário mais benigno, com a queda da expectativa de inflação e, consequentemente, menos incerteza na economia e menor prêmio de risco nos ativos.
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André Fernandes, diretor de renda variável e sócio da A7 Capital, afirma que ao olhar o histórico do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no passado ele aguardou a votação da reforma da previdência para começar a cortar a taxa Selic em 2019.
“Acredito que o Copom passou a bola para o governo. Caso o arcabouço agrade o mercado quando for divulgado, podemos aguardar um movimento parecido com o de 2019 para a próxima reunião do comitê”, diz Fernandes.
Em vista do tom duro do comunicado, analistas esperam que as ações sensíveis aos juros sejam as prejudicadas nas negociações do Ibovespa hoje. Em contrapartida, com os preços das commodities em alta no mercado internacional, exportadoras devem contribuir positivamente.
Em Wall Street, os índices futuros operam com perdas leves. Investidores seguem atentos aos desdobramentos da crise no setor bancário. Hoje, o vice-presidente de supervisão do Federal Reserve (Fed), Michael Barr, falará ao Senado sobre as falências dos bancos e a posição dos reguladores.
Por volta das 10h (horário de Brasília) de hoje, o futuro do Dow Jones caia 0,09%, o S&P 500 perdia 0,19% e o Nasdaq tinha queda de 0,18%. O dólar à vista caía 0,42% no mesmo horário, a R$ 5,1845.