Nesta sexta-feira (31), o Ibovespa caiu 1,77% e fechou a 101.882 pontos após cinco altas consecutivas. O volume financeiro foi de R$ 26,4 bilhões. Na semana, houve uma alta de 3,09%, mas o mês de março amargou uma queda de 2,91%. No acumulado do primeiro trimestre, a baixa é de 7,16%.
O mercado segue reagindo ao novo arcabouço do governo, anunciado na véspera, com agentes financeiros ainda avaliando as linhas gerais da regra fiscal. Segundo Lucas Caumont, especialista da Matriz Capital, a divulgação do arcabouço influencia no atual momento do Ibovespa. “Apesar de a proposta possuir uma certa diligência fiscal, as metas estabelecidas são difíceis, a zeragem do déficit primário em 2024 exigiria um corte de 10% nos gastos e um aumento na carga tributária, ficando muito longe do possível.”
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Apesar da queda, o Ibovespa iniciou o trimestre em alta, impulsionado pelos bons resultados das commodities. No entanto, os investidores em renda variável seguem receosos com a questão bancária nos Estados Unidos e, no Brasil, temerosos com a questão fiscal e com o tom rígido do BC (Banco Central) sobre as taxas de juros.
Rodrigo Moliterno, especialista da Veedha Investimentos, afirma que o mês de janeiro teve uma alta ligeira devido, principalmente, à reabertura da economia chinesa. “Isso beneficia as commodities, além da alta volatilidade por ser um novo governo”. Em fevereiro, a inflação voltou a preocupar, com a autoridade monetária americana adotando um tom mais rígido sobre os juros, além dos embates entre o governo e o BC no Brasil, afirmou. “E em março houve a crise dos bancos no exterior, que elevou a aversão aos riscos e afetou a renda variável”.
No Exterior
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street tiveram um dia de alta nesta sexta-feira (31), após dados mostrarem que a inflação norte-americana desacelerou em fevereiro, apoiando as esperanças de uma abordagem de política monetária mais branda por parte do Federal Reserve.
O Relatório do Departamento de Comércio dos Estados Unidos mostrou que o índice de despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), que é o indicador de inflação preferido do Fed, desacelerou para 0,3% em fevereiro na base mensal, contra aumento de 0,6% em janeiro.
Entre os destaques, o índice S&P 500 concluiu o seu segundo trimestre consecutivo em alta, conforme evidências de arrefecimento da inflação reforçam ainda mais as esperanças de uma abordagem de política monetária mais branda do Federal Reserve à luz dos recentes problemas do setor bancário.
Na Europa, os mercados acionários tiveram um dia de alta conforme temores de uma crise bancária generalizada continuaram a diminuir, e uma queda mensal recorde nos números da inflação da zona do euro e uma baixa no indicador de inflação preferencial do Federal Reserve aumentam a confiança dos investidores.
O índice teve um segundo ganho trimestral consecutivo, mas terminou março ligeiramente em baixa após semanas cheias de ação depois do colapso de dois bancos de médio porte dos Estados Unidos e a aquisição do Credit Suisse.
Na Ásia, as ações da China subiram com o crescimento da atividade industrial do país acima das expectativas, enquanto os planos de divisão e listagem de alguns gigantes da internet impulsionaram o sentimento no mercado de Hong Kong.
(Com Reuters)