A resseguradora IRB Brasil (IRBR3) teve prejuízo líquido de cerca de R$ 40 milhões no quarto trimestre ante resultado negativo de R$ 371 milhões um ano antes, com queda de prêmios emitidos e recuo no resultado financeiro, segundo balanço divulgado na noite de quarta-feira, após adiamento da publicação marcada inicialmente para o final de fevereiro.
O IRB vem de período turbulento desde que enfrentou um escândalo de fraude revelado em 2020. Nos últimos trimestres, o impacto de questões climáticas no seguro rural também pesou nos negócios da companhia.
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O cenário obrigou o IRB a realizar em setembro de 2022 um aumento de capital de 1,2 bilhão de reais para reenquadramento de indicadores regulatórios.
Em dezembro, o presidente da empresa, Marcos Falcão, que foi eleito um mês antes, disse à Reuters que a resseguradora não planejava fazer outro aumento de capital, mesmo depois de novos resultados negativos, e apostava numa melhora de gestão e dos números operacionais para voltar ao azul em 2023.
Os prêmios emitidos no quarto trimestre recuaram 13,2% na comparação com o quarto trimestre de 2021, a cerca de R$ 2 bilhões. A sinistralidade total caiu de 123,5% para 93,8% no período.
A empresa afirmou que o índice de suficiência de patrimônio líquido ajustado ficou dentro do exigido pela Susep, mas caiu na comparação com o quarto trimestre do ano anterior, pressionado por “perdas contábeis registradas neste exercício em função de eventos relevantes nos grupos de vida e rural”.
O IRB, porém, afirmou que tomou medidas para reforçar estrutura de capital e espera “obter no próximo período um incremento na suficiência deste indicador regulatório”. Segundo a companhia, os números apurados em janeiro deste ano indicam um incremento na suficiência de capital, para R$ 83,1 milhões.
Já o indicador de cobertura de provisões técnicas apresentou suficiência de R$ 332,1 milhões ante saldo positivo de R$ 235,5 no final de 2021.