O dividend yield dos Fundos Imobiliários (FIIs) atingiu um recorde em março ao registrar 12,5% de rendimentos médios do Ifix, principal índice de FIIs da Bolsa. O recorde anterior foi em janeiro de 2016, quando o índice atingiu 12,1% de rendimentos, segundo levantamento da Guide Investimentos.
Fernando Siqueira e Leonardo Veríssimo, analistas da Guide, afirmam que, tanto durante o ciclo de alta de juros de 2014/15, quanto agora em 2021/22, os dividendos dos fundos imobiliários aumentaram, mas a cotação não acompanhou.
Isso porque, embora estejam em um recorde médio do Ifix, de 12,5%, a taxa Selic em 13,75% torna os investimentos em renda fixa mais atrativos, o que faz o valor das cotas negociadas em bolsa cair. O inverso ocorre quando os juros caem.
Segundo os analistas, a expectativa do mercado no início do ciclo de queda dos juros ainda neste ano torna o momento particularmente interessante para os fundos imobiliários.
“Acreditamos que este fator [recorde dos dividendos] somado à expectativa de queda da taxa Selic nos próximos meses abre uma boa janela de oportunidade de investimento nesta classe de ativos”, afirmam Siqueira e Veríssimo.
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Segundo o levantamento, praticamente todos os segmentos de fundos imobiliários tiveram aumento nos rendimentos nos últimos meses, com destaque para os fundos de papel – aqueles que investem em títulos e/ou dívidas relacionadas ao setor imobiliário.
Entretanto, os analistas alertam para os riscos dos fundos de papel. “Parte destes proventos elevados é ‘fictícia’ em nossa visão, uma vez que refletem dividendos passados, não-recorrentes”, escrevem em relatório. As notícias recentes sobre inadimplência em alguns títulos de dívidas de fundos como HCTR11 e DEVA11, mostram que os dividendos desses fundos de papel devem ser menores no futuro.
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A preferência deles é por fundos de papel classificados como “high grade” em detrimentos das opções “high yield”, que são mais arriscadas. “Mantemos nossa preferência por fundos “high grade”. Apesar dos proventos serem marginalmente menores, os riscos são bem menores em nossa visão, justificando nossa preferência”, afirmam os analistas.
Top 5 FIIs pela Guide
Capitânia Securities (CPTS11)
Setor: Recebíveis imobiliários
DY (12M): 14,3%
REC Recebíveis Imobiliários (RECR11)
Setor: Recebíveis imobiliários
DY (12M): 13,8%
Vectis Juro Real (VCJR11)
Setor: Recebíveis imobiliários
DY (12M): 13,2%
BB Progressivo II (BBPO11)
Setor: Agências bancárias
DY (12M): 13,0%
RBR Alpha Multiestratégia (RBRF11)
Setor: Fundo de Fundos
DY (12M): 11,6%