O dólar subia frente ao real na manhã desta quinta-feira (6), em meio a volatilidade elevada antes do feriado da Sexta-Feira Santa, quando um importante relatório de emprego norte-americano poderá ajudar a esclarecer a trajetória da política monetária do Federal Reserve.
Às 9:48 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,46%, a R$ 5,0732 na venda, abandonando leves perdas iniciais.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,41%, a R$ 5,0910.
Economistas consultados pela Reuters esperam que a criação de vagas de trabalho em março nos EUA tenha sido de 239 mil, após aumento de 311 mil em fevereiro. O dado tem sido muito mais propenso a gerar surpresas positivas do que para baixo nos últimos dois anos.
O relatório de criação de postos de trabalho fora do setor agrícola dos EUA, a ser publicado na sexta-feira, quando muitos mercados ao redor do mundo estarão fechados, seguirá dados decepcionantes do setor de manufatura e serviços do Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM) e leitura do emprego privado na quarta-feira.
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“Os dados da economia norte-americana têm mostrado desaceleração mais forte nas últimas semanas, o que fez com que a probabilidade percebida pelos investidores de que o Federal Reserve aumente a taxa de juros na próxima reunião tenha mostrado forte queda”, avaliou a Genial Investimentos em nota a clientes.
Juros futuros indicam uma chance de quase 60% de o banco central dos EUA interromper seu aperto monetário em maio, segundo a ferramenta Fedwatch do CME Group.
“A expectativa de uma política monetária menos contracionista gerou desvalorização do dólar em relação às moedas de seus pares e em relação às moedas de países emergentes exportadores de commodities, inclusive o real”, completou a Genial.
De fato, a moeda norte-americana estava a caminho de fechar a terceira semana consecutiva de perdas frente à divisa brasileira, em parte pela percepção de um diferencial de juros favorável ao real. A taxa Selic está atualmente em 13,75%, oferecendo uma rentabilidade maior em relação aos juros norte-americanos, que estão em faixa de 4,75% a 5,00%.
Por outro lado, alguns participantes do mercado alertam que, caso cresça a perspectiva de uma recessão nos Estados Unidos, pode aumentar a demanda dos investidores por segurança, o que poderia reverter a tendência recente de queda do dólar.
No Brasil, investidores seguem sob a expectativa de que potenciais medidas para aumentar as receitas do governo Lula sejam anunciadas nos próximos dias.
Na véspera, o mercado reagiu bem depois que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o que foi anunciado até o momento sobre o arcabouço fiscal do governo ameniza preocupações com uma trajetória mais explosiva da dívida pública.
Na véspera, a moeda norte-americana spot fechou o dia em R$ 5,0501 na venda, baixa de 0,65%.