Nesta quarta-feira (5), o Ibovespa caiu 0,88% e fechou a 100.977,85 pontos, totalizando um volume financeiro de R$ 23,3 bilhões. O pregão acompanhou o movimento dos mercados no exterior, que hesitavam após a divulgação de dados nos Estados Unidos demonstrarem a desaceleração gradual na economia, aumentando temores de uma recessão.
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No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição tentará suavizar o ciclo de juros “o máximo possível”, de forma que o impacto na economia seja mínimo. Campos Neto ressaltou ainda que a taxa Selic, a taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, é importante. Mas que é preciso dar credibilidade para que seus efeitos se propaguem no controle da inflação.
Segundo André Fernandes, da A7 Capital, as falas da autoridade monetária ajudaram a aliviar as curvas de juros hoje. “em todos os vértices, a curva está caindo 1% em média, refletindo o otimismo do mercado com relação a cortes na taxa Selic ainda esse ano”.
Destaques do dia
Liderando as quedas, a Alpargatas (ALPA4) e a Natura (NTCO3) caíram, respectivamente, 9,47% a R$ 7,14 e 9,61% a R$ 11,85. Na véspera, os papéis da Natura subiram mais de 7% após o anúncio da noite de segunda-feira (3) da venda da Aesop, o portfólio mais caro da empresa. Porém, o mercado não sustentou a alta e, desde ontem, houve uma queda de 13%.
Na ponta positiva, a varejista Via (VIIA3) e a Ecorodovias (ECOR3) subiram 6,36% a R$ 1,84 e 5,51% a R$ 5,36. Para Fernandes: “Essas empresas possuem posições shorts (de curta durabilidade) por parte dos investidores em patamares elevados, e acreditamos que a alta de hoje se caracteriza por cobertura desses shorts”.
No Exterior
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street S&P 500 e Nasdaq caíram, seguindo o movimento do dia anterior, quando os dados trabalhistas no setor privado em março vieram mais fracos do que o esperado. Isso aprofundou as preocupações de que os rápidos aumentos das taxas de juro pelo Federal Reserve possam acarretar em uma recessão econômica.
Na Europa, os mercados de ações caíram depois que dados sinalizaram uma recuperação econômica mais lenta do que o esperado na zona do euro. Apesar de começarem 2023 com tom otimista, as ações europeias caíram no mês passado para registrar seu pior março desde 2020, com dados econômicos mistos e preocupações com uma recessão nublando as perspectivas para uma redução nas taxas de juros da região.
Na Ásia, o volume de negociações foi mais fraco nesta quarta-feira (5) com o feriado na China e em Hong Kong. O índice japonês Nikkei marcou a primeira perda em quatro dias, com o iene mais forte e temores de uma recessão nos Estados Unidos pesando sobre as ações de automóveis e energia.
(Com Reuters)