A Light ajuizou medida cautelar com pedido de liminar para suspender temporariamente a exigência de pagamento de “certas obrigações financeiras”, disse a companhia de energia elétrica em fato relevante publicado hoje (11).
A medida vem após a Light ter iniciado, no mês passado, conversas com credores para renegociar dívidas, em um esforço para melhorar sua estrutura de capital e preservar o caixa. A companhia não especificou quais dívidas estão envolvidas na cautelar, que foi ajuizada em segredo de justiça e caráter de urgência.
A Light também pediu a instauração de procedimento de mediação coletiva com as partes em torno das obrigações financeiras.
“A medida cautelar é a medida mais adequada, neste momento, para permitir e viabilizar a readequação e/ou equalização das obrigações abrangidas”, afirmou a companhia.
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A Light é responsável pela distribuição de energia em 31 municípios do Rio de Janeiro e enfrenta um grave desequilíbrio econômico-financeiro, em meio à dificuldade para combater furtos de energia e à devolução de valores bilionários em créditos tributários aos consumidores.
A situação se agravou neste ano, conforme se aproxima o vencimento de parte importante das dívidas da companhia, ao mesmo tempo em que o futuro da concessão de distribuição, que expira em meados de 2026, continua incerto.
O presidente-executivo da Light, Octavio Lopes, disse no fim de março que a companhia buscava uma “solução sustentável” para seu endividamento, que poderia envolver primeiro as necessidades de fluxo de caixa de curto prazo.
Depois das declarações sobre a renegociação de dívidas, agências de classificação de risco cortaram novamente os ratings de crédito da companhia elétrica. A Fitch considerou que o acesso da Light a financiamentos é “limitado e/ou muito oneroso”, devido às condições atuais do mercado e ao seu perfil de crédito.
Já a Moody’s disse na sexta-feira passada que o novo rating da Light, Caa3, implica alta probabilidade de inadimplência com uma taxa média de recuperação para os devedores entre 65% e 80%.