As ações da BRF dispararam mais de 15% nesta quarta-feira (31), após a saudita Salic e a Marfrig se comprometeram com investimento de até R$ 4,5 bilhões na companhia, por meio de um eventual aumento de capital via emissão de ações a até R$ 9 por papel.
Por volta de 14:45, os papéis da BRF saltavam 10,87%, a R$ 8,05, sendo o melhor desempenho do Ibovespa, que recuava 0,4%. No mesmo horário, as ações da Marfrig avançavam 4,48%, a R$ 6,53.
Analistas do Bradesco BBI afirmaram que a primeira leitura sobre o aumento de capital é positiva para a BRF, uma vez que reduziria a métrica dívida líquida/Ebitda para 2,4 vezes, de 3,3 vezes (dado do primeiro trimestre). Isso reduziria “as preocupações dos investidores sobre sua alta alavancagem financeira que levou a um desconto de avaliação significativo.”
Leandro Fontanesi e Victor Romano também destacaram no relatório enviado a clientes o fato de o fundo de investimentos da Arábia Saudita (Salic) ter anunciado um compromisso relevante relacionado à oferta, podendo terminar com 15% a 16% de participação na BRF se subscrever integralmente seu compromisso.
“A Arábia Saudita tem sido o maior importador de frango da BRF nos últimos anos (cerca de 7% das vendas totais da BRF), e, portanto, esse investimento pode reduzir as preocupações dos investidores de que casos recentes de gripe aviária – até agora apenas em aves selvagens – no Brasil possam em algum momento resultar em restrições à exportação”, acrescentaram.
Com relação à Marfrig, que já controla 33% da BRF e se comprometeu em aportar até 50% do volume de ações, os analistas do Bradesco BBI estimam que a sua participação na BRF poderia chegar a 38% a 39% se ela subscrever seu compromisso total de 250 milhões de ações. Eles ressaltaram, contudo, que os acionistas têm que aprovar a retirada de “poison pill” do estatuto social.
A Marfrig ainda informou em comunicado separado nesta quarta-feira (31) que seu conselho de administração aprovou preliminarmente um aumento de capital futuro de pelo menos R$ 1,5 bilhão ao preço de R$ 6,25 por ação, a fim de melhorar sua estrutura de capital.