O Banco Central avalia que a apresentação do arcabouço fiscal pelo governo reduziu a incerteza associada a cenários extremos de crescimento da dívida pública, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira (9), destacando que o texto eventualmente aprovado poderá refletir em suas projeções para a inflação.
O documento reafirmou que se o Congresso aprovar uma regra considerada crível e sólida, há uma tendência de um processo benigno de desinflação, embora ressalte que não há relação mecânica entre a regra fiscal e os níveis de preços.
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“A materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia, o prêmio de risco associado aos ativos domésticos e, consequentemente, as projeções do Comitê”, disse.
O Copom ressaltou que as expectativas de inflação seguem desancoradas das metas, tendo havido uma pequena deterioração na margem, destacando que acompanha este movimento com preocupação.
No documento, o BC afirmou que no atual estágio da dinâmica inflacionária, o processo de redução de preços tende a ser mais lento, em meio a esse ambiente com expectativas desancoradas.
No entanto, a ata reafirma a avaliação apresentada no comunicado da semana passada de que os cenários que poderiam requerer a retomada do ciclo de aperto monetário se tornaram menos prováveis.
O BC decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano em reunião na semana passada, sem sinalizar um possível corte futuro da taxa básica como tem sido cobrado pelo governo Lula, mas passou a ponderar que um cenário de novos aumentos nos juros agora é “menos provável”.