O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o principal republicano do Congresso, Kevin McCarthy, estão se aproximando de um acordo que aumentará o teto da dívida do governo por dois anos, limitando os gastos na maioria dos itens, disse uma autoridade dos EUA à Reuters.
O acordo, que não é final, aumentará o financiamento para gastos discricionários com militares e veteranos, mantendo essencialmente os gastos discricionários não relacionados à defesa nos níveis do ano atual, disse o funcionário, que pediu anonimato porque não está autorizado a falar sobre discussões internas.
A Casa Branca está considerando reduzir seu plano de aumentar o financiamento do IRS (Internal Revenue Service) para contratar mais auditores e visar norte-americanos ricos, disse o funcionário.
Uma segunda autoridade dos EUA disse que o financiamento do IRS é uma questão em aberto, mas o principal objetivo é garantir que a agência execute as prioridades do presidente, mesmo que haja um pequeno corte ou o financiamento seja deslocado.
O acordo final especificará o valor total que o governo poderia gastar em programas discricionários como habitação e educação, de acordo com uma pessoa familiarizada com as negociações, mas não dividiria isso em categorias individuais.
Os dois lados estão separados por apenas US$ 70 bilhões em um valor total que seria bem superior a US$ 1 trilhão, segundo outra fonte.
Os dois lados se encontraram virtualmente na quinta-feira (25), informou a Casa Branca.
Os negociadores republicanos recuaram dos planos de aumentar os gastos militares enquanto cortam os gastos não relacionados à defesa e, em vez disso, apoiaram um esforço da Casa Branca para tratar os dois itens do orçamento de maneira mais igualitária, disse à Reuters uma fonte familiarizada com as negociações.
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Biden disse que ainda discordam sobre onde os cortes devem cair. “Não acredito que todo o fardo deva recair sobre os norte-americanos de classe média e trabalhadora”, disse ele a repórteres.
O presidente da Câmara, McCarthy, disse a repórteres na noite de quinta-feira que os dois lados não chegaram a um acordo. “Sabíamos que não seria fácil”, disse ele.
Não está claro exatamente quanto tempo o Congresso ainda tem para agir. O Departamento do Tesouro foi avisado de que pode não conseguir cobrir todas as suas obrigações já em 1º de junho, mas na quinta-feira afirmou que venderá 119 bilhões de dólares em dívidas com vencimento naquela data, sugerindo a alguns observadores do mercado que esse não é um prazo tão exato.
Qualquer acordo terá que passar pela Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, e pelo Senado, controlado pelos democratas.