O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Deputados do país, o republicano Kevin McCarthy, planejam se reunir para tratar do teto da dívida nesta segunda-feira (22), apenas 10 dias antes de o Tesouro norte-americano começar a ficar sem dinheiro no que seria um calote sem precedentes com potencial para afetar a economia global.
Membros das equipes de ambos os lados se reuniram no escritório de McCarthy no Capitólio na noite de domingo (21) para conversas que duraram cerca de duas horas e meia, depois que McCarthy disse ter tido um telefonema “produtivo” com Biden no mesmo dia.
O presidente também adotou um tom otimista sobre a conversa, dizendo aos repórteres: “Correu bem. Conversaremos amanhã”, na volta à Casa Branca após reuniões de três dias com outros líderes do G7 no Japão.
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O fracasso em elevar o teto da dívida desencadearia um calote que pode abalar os mercados financeiros e aumentar as taxas de juros. A incerteza contínua já está pesando sobre investidores e ações.
Qualquer acordo para aumentar o limite da dívida de 31,4 trilhões de dólares precisa passar pelas duas câmaras do Congresso dos EUA antes que Biden possa sancioná-lo.
Os correligionários republicanos de McCarthy controlam a Câmara dos EUA por 222 a 213, enquanto os democratas de Biden detêm o Senado por 51 a 49, tornando difícil chegar a um acordo bipartidário que garanta votos suficientes para a aprovação.
Biden voltou a Washington depois de encurtar viagem à Ásia para lidar com a crise da dívida antes de 1º de junho, quando o Departamento do Tesouro dos EUA alertou que o governo federal pode não conseguir pagar todas as contas, um prazo que a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reafirmou no domingo.
Os republicanos estão pressionando por cortes drásticos de gastos – exceto militares, onde eles querem aumentos – em troca de apoiar uma elevação no limite de empréstimos autoimposto pelo governo que cobriria os custos de gastos e cortes de impostos aprovados anteriormente pelos parlamentares.
Os democratas querem manter os gastos estáveis nos níveis deste ano, enquanto os republicanos querem voltar aos níveis de 2022. Um plano aprovado pela Câmara no mês passado cortaria uma ampla faixa de gastos do governo em 8% no próximo ano.
Biden tem dito que consideraria cortes de gastos junto com ajustes de impostos, mas que a última oferta dos republicanos era “inaceitável”.
O presidente tuitou que não apoiaria subsídios do “Big Oil” e “ricos sonegadores de impostos” ao mesmo tempo em que colocaria em risco assistência médica e alimentar a milhões de norte-americanos.
McCarthy disse a repórteres que as negociações do teto da dívida não incluíram discussões sobre cortes de impostos aprovados pelo ex-presidente Donald Trump, um republicano.